Dizemos com frequência que andamos assoberbados com todas as tarefas e desafios com que preenchemos o nosso dia-a-dia. E, apesar disso ser uma certeza, não é menos verdade que nem sempre sabemos distinguir aquilo que importa daquilo que é acessório.
Confrontados com as dificuldades do mundo, separamos a nossa vida por “caixinhas” e tentamos tratar de uma de cada vez, não percebendo que a vida é só uma. Uma oportunidade única para vivermos a nossa vocação, confirmarmos a nossa fé, sermos estudantes, trabalhadores, pais, mães, filhos, irmãos e amigos. Para dançar, rir e chorar. Para ler, ir ao teatro e ao cinema. Para fazer tudo aquilo que gostamos e aquilo que tem de ser feito, sabendo que nem sempre ambas coincidem.
Nessas alturas em que a vida ‘grita’ por nós e em que precisamos de parar para refletir, como é que pedimos ao mundo para parar de girar? Tudo o que precisamos, por vezes, é de um Ecoponto das Emoções.
E o que é isso, afinal de contas? Não é mais do que um mecanismo dentro de nós, uma espécie de “desacelerador” de problemas, que nos permite distinguir os problemas/desafios da nossa vida em três categorias: “urgente ou prioritário” que será um número reduzido; “muito importante” que poderá existir em maior número; e “menos importante” que poderá atingir o maior número de todos.
Quando usamos esse instrumento valioso percebemos que estamos a gastar a maior parte do nosso tempo com a terceira categoria e aí reside o nosso maior problema. Não é fácil construir este instrumento dentro de nós, mas uma boa dose de fé e uma outra de bom senso com polvilho de coragem faz maravilhas!
Com este instrumento podemos também reciclar as nossas emoções, distinguindo as boas das más, as dores das aprendizagens que levamos para os nossos dias, aqueles que nos fazem bem daqueles que precisam de nós.
Ajuda a este mecanismo manter presente a frase-chave de São Francisco de Assis, que nos conduz neste desafio: “Concedei-nos Senhor, serenidade necessária, para aceitar as coisas que não podemos modificar. Coragem para modificar aquelas que podemos. Sabedoria para distinguirmos umas das outras.” E tu, já construiste o teu Ecoponto das Emoções?