O título deste artigo parece relacionar-se com a estação do ano em que vivemos. Contudo, “Arder e Iluminar” é o lema episcopal escolhido por Frei Bartolomeu dos Mártires. Mas afinal quem foi este arcebispo bracarense nomeado santo? E porque revisitamos a sua vida, este mês, no planeta jovem?
Esta figura marcante na história da Igreja de Braga, nasceu em Lisboa. Aos 14 anos ingressou no seminário da Ordem Dominicana. Terminado um intenso e rico percurso académico e depois de ter tido diferentes cargos, é nomeado, decorria o ano de 1559, Arcebispo de Braga. Os relatos da sua vida revelam que era um homem empreendedor. Após a sua nomeação, a sua primeira preocupação é conhecer no terreno a sua diocese e o seu povo, usa para tal uma mula, imagem que perdurará associada à sua acção pastoral. Atento às necessidades dos irmãos, de acordo com registos históricos durante as visitas pastorais, chegou a vestir e alimentar mais de 400 pobres. Outro traço marcante do seu episcopado foi a preocupação que sempre manifestou pela formação, dos pastores e seminaristas, e de todos os cristãos. Daí o seu empenho na construção de diferentes estruturas formativas e na publicação de um catecismo amplamente difundido. Já depois de ter resignado, morre aos 76 anos, aclamado como Arcebispo Santo, pai dos pobres e dos enfermos. São Bartolomeu dos Mártires foi beatificado a 4 de Novembro de 2001 e canonizado a 5 de Julho de 2019.
O exemplo deste homem continua a ser inspirador. Deus, Humanidade, Atenção aos Pobres e Doentes, Formação, Simplicidade… Talvez não sejam estas as palavras mais valiosas nos nossos currículos, contudo, como jovens cristãos é cada vez mais necessário que nos configuremos com esta maneira de ser! Sentimos que é verdadeiramente a fé em Deus que abrasa o nosso coração? Em que se reflecte isso na nosso vida? Manifesta-se nos nossos valores, nos ideais que defendemos, na forma como trabalhamos, na disponibilidade que temos para servir de forma voluntária? Percebemos a importância da formação para melhor podermos servir?
Prestes a terminar mais um ano, imbuídos já pelo espírito natalício, deixemo-nos abrasar e transformar. Que a vinda de Jesus, a par de tantas vidas que o continuam a fazer renascer continuamente, renovem a vontade de querermos, também com a nossa vida, entendimento e afecto aproximar-nos d’Ele!
Arder e Iluminar… fica o desafio!