Todos os anos deveriam ser anos missionários pois, a Missão é quotidiana e faz parte da nossa essência e identidade cristã, pelo baptismo.
Se se convoca um ano missionário é porque as coisas, nesta dimensão, não andam lá muito bem. Desde o ano 2010, que os nossos Bispos escreveram uma carta onde se pedia claramente um maior investimento missionário nas Dioceses e nas paróquias com a criação de Centros Missionários Diocesanos e com a criação, nas paróquias, de grupos missionários. Volvidos sete anos, e se analisarmos bem, pouco ou nada se fez. O apelo dos bispos caiu em saco roto e muitos dos Párocos não fizeram caso deste pedido.
Contudo, depois deste documento, os Bispo de Portugal voltam á carga. Numa Carta Pastoral, quiseram dedicar um ano especial de missão, que decorrerá entre Outubro deste ano até a Outubro do próximo ano. A carta é um autêntico e forte apelo à renovação missionária da Igreja. Que deixemos o nosso comodismo e a nossa vivência apenas paroquial para termos um espírito bem mais alargado da Igreja e da sua missão. “Somos chamados por vocação a sermos universais, ou seja, a termos responsabilidade não só sobre a nossa comunidade, mas sobre o mundo inteiro”. Tantas vezes ficamos egoisticamente fechados nas nossas capelinhas e paróquias e perdemos este sentido universal da Igreja. E o argumento de muitos padres é sempre o mesmo: mas cá dentro também devemos fazer missão! Com certeza que sim. Mas sem nunca esquecer a missão da nossa Igreja Ad Gentes. Aquela igreja, onde muitos missionários, na linha da frente, são autênticos discípulos missionários, muitos deles passando as maiores dificuldades.
Dizem-nos os Bispos: “É por isso que apelamos uma vez mais para que em todas as nossas dioceses surjam “Centros Missionários Diocesanos (CMD) e Grupos Missionários Paroquiais (…) em consonância com os Centros de animação missionária dos Institutos Missionários, possam fazer com que a missão universal ganhe corpo em todos os âmbitos da pastoral e da vida cristã, (…) numa missão total que deve envolver Todos, Tudo e Sempre”
Será que desta vez é que vai ser? Será que durante este ano, os pastores diocesanos estarão mais abertos a este espírito missionário da igreja, sem caírem na tentação de o secundarizarem ou desvalorizarem?
Oxalá que sim.