11º Domingo do Tempo Comum
Num mundo cada vez mais ‘comercializado’, em que tudo se compra e se vende e para tudo se requer fatura, a Palavra do Senhor deste domingo sabe muito bem, pois nos oferece para respirar um ar bem diferente e para transacionar uma nova moeda: a usada pelo próprio Deus!
É isso que, de forma repetida, acabamos de escutar: vistes o que fiz ao Egipto por vossa causa …transportei-vos sobre asas de águia … Deus prova assim o seu amor para connosco… Ao ver as multidões, Jesus encheu-se de compaixão. …
Mas a ‘loucura’ de Deus por nós vai ao ponto de nos propor um relacionamento mútuo a este nível e de forma estável e permanente através da ratificação de uma aliança: sereis para Mim um reino de sacerdotes, uma nação santa! E não se fica por aqui o amor de Deus para connosco! Ele torna-nos capazes de fazer como Ele faz e envia-nos como embaixadores seus para junto dos pobres e dos que sofrem: curai os enfermos, sarai os leprosos, ressuscitai os mortos!
De facto, os Pedros, os Tiagos e os Andrés de hoje, com estes ou com outros nomes, somos todos, é cada um de nós, pois toda a missão nasce no seio da Trindade, com o envio do Filho e do Espírito Santo. É o amor incontido e incontível de Deus que levou Cristo a morrer “por nós, quando ainda éramos pecadores”.
A missão passa, assim, de simples mandato ou de mera campanha, para concretização da resposta fiel ao amor de Deus por todos os homens, em que a nossa eleição e predileção – “sereis minha propriedade especial” – se transforma de privilégio em compromisso missionário ao serviço da Boa Nova.
A missão exige, pois, um coração sensível à desgraça alheia – “Jesus encheu-se de compaixão, porque as pessoas andavam fatigadas e abatidas” – e, ao mesmo tempo, reconhecido por já ter sido ‘apanhado’ pela corrente do amor de Deus: “recebestes de graça, dai de graça”. É este novo ‘€uro’ que o Senhor quer que passemos a usar nas nossas vidas.