24º Domingo do Tempo Comum
Quem é, para cada um e cada uma de nós, Jesus Cristo é a pergunta a que inevitavelmente todos temos de responder, quer acolhendo-O, quer rejeitando-O ou alheando-se d’Ele. Trata-se, com efeito, da questão mais fundamental para todos nós, uma vez que – afirma-o S. Paulo – Ele é “o primogénito de todas as criaturas” e “n’Ele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, visíveis e invisíveis” (Col. 1), isto é, a sua referência para ninguém é recusável.
Mas não nos contentemos com uma resposta de boca, mesmo que aprendida de cor! Ele exige uma resposta completa, que implique todo o nosso ser e todo o nosso agir. É isso que os textos de hoje nos mostram.
Evocando o ‘servo de Javé’, a Palavra do Senhor deste domingo aponta para uma resposta com a vida, com atitudes de uma fidelidade firme, mesmo que nos ‘arranquem a barba’, pois sabemos que não ficaremos desiludidos.
Cristo, por sua vez, não é menos exigente ao apresentar a sua medida para aqueles que O quiserem seguir: “Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me”. E a Pedro, a quem, instantes atrás, tinha elogiado pela resposta dada àquela pergunta, apelida agora de “satanás”, por não compreender as coisas de Deus.
A mesma exigência e radicalidade se encontra no texto de S. Tiago, ao afirmar-nos que não basta uma fé abstrata, ocasional e oca: “a fé sem obras – mesmo que seja uma fezada, acrescento eu – está completamente morta”!
É de cristãos assim que a Igreja e o mundo de hoje precisam: que se assumam como tal nas 24 horas de cada dia e em todas as circunstâncias, não ignorando as dificuldades, incompreensões e sofrimentos com que vão deparar-se, mas apoiados na certeza de que Deus vem auxílio daqueles que se propõem segui-l’O não com meias medidas, mas com a medida toda!
Às portas de novo ano apostólico, o Senhor espera de cada um/a de nós uma decidida e entusiasta resposta de verdadeiros discípulos, isto é, de seus seguidores, rumo à ‘nova’ normalidade!