2º Domingo do Advento
O desafio que, para este Advento, nos foi lançado – tornar a nossa Fé mais sólida, mais esclarecida, melhor celebrada e testemunhada – concretiza-se na Palavra do Senhor deste 2º domingo numa série de propostas, todas elas com o mesmo denominador comum: exigência e perseverança!
Com efeito, desde o “crescer na caridade” para desbravar caminhos de misericórdia, passando pelo arrotear as montanhas do nosso orgulho e autossuficiência, pelo endireitar as curvas da acomodação, do arranjismo e do oportunismo, pelo não cair na tentação do mais fácil, mais agradável e a pronto, até o procurar sempre o melhor, eis o longo caminho a ser percorrido por cada um de nós.
Este apelo do nosso Deus ressoou pela voz de João, o Batista, em lugar e tempo que S. Lucas registou no seu evangelho, mas que nunca mais cessou de ressoar.
Todavia, para ser escutado hoje, ele tem de ecoar através do testemunho dos cristãos. Daí o apelo do Para Francisco a que façamos da misericórdia “a arquitrave que suporta a vida da Igreja”: “a credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo. Talvez, demasiado tempo, nos tenhamos esquecido de apontar e viver o caminho da misericórdia. Por um lado, a tentação de pretender sempre e só a justiça fez esquecer que esta é apenas o primeiro passo, necessário e indispensável, mas a Igreja precisa de ir mais além a fim de alcançar uma meta mais alta e significativa. Por outro lado, é triste ver como a experiência do perdão na nossa cultura vai rareando cada vez mais. Em certos momentos, até a própria palavra parece desaparecer. Todavia, sem o testemunho do perdão, resta apenas uma vida infecunda e estéril, como se se vivesse num deserto desolador. Chegou de novo, para a Igreja, o tempo de assumir o anúncio jubiloso do perdão. É o tempo de regresso ao essencial, para cuidar das fraquezas e dificuldades dos nossos irmãos. O perdão é uma força que ressuscita para nova vida e infunde a coragem para olhar o futuro com esperança”.
De facto, só assim “toda a criatura verá a salvação de Deus”.
Para este(s) desafio(s), podemos contar com a ajuda do Senhor, desde que não nos contentemos em manter apenas entreaberta a porta do nosso coração, mas a abramos de par em par à luz do Natal! Que Ele possa contar com o nosso compromisso e respetivo empenho!