Certo dia um monge abordou um cavaleiro que vivia de maneira dissoluta. “Não tens medo da morte?” – perguntou-lhe o homem de Deus. “Não. Quando chegar a minha hora bastam-me duas palavras, «Senhor, misericórdia», e Deus me salvará” – foi a resposta. Passado muito tempo, este cavaleiro viajava em dia de tempestade, quando, ao atravessar uma ponte, um raio caiu mais perto, e o cavalo assustado o atirou ao rio! O cavaleiro afogou-se, e as suas duas últimas palavras foram para o cavalo: “besta estúpida!”. Moral da históira: como se vive assim se morre!
Pode parecer estranho, mas foi mesmo sobre a morte, a partir desta e doutras histórias, que se reflectiu no passado dia 24 de Novembro, no Pinheiro Manso, Porto, na recoleção de Advento da LIAM. Ainda a viver o mês das almas e os últimos dias do ano litúrgico em que a palavra de Deus convida a olhar para o fim dos tempos, meditou-se sobre a morte como uma realidade presente, não apenas no fim da vida, mas sempre, desde que nascemos. Ao contrário daquela que é a tendência do mundo, a morte não deve ser encarada pelos cristãos numa atitude de fuga, com medo ou com leviandade, mas, como nos diz o Papa Francisco, como o grande momento em que Jesus nos toma pela mão e diz: “Vem comigo”.
Os cerca de 90 liamistas presentes puderam ainda escutar o testemunho da Lúcia Nunes, presidente da LIAM Porto, que trabalha como voluntária na casa do Gaiato de Beire, Paredes. Esta instituição criada pelo Padre Américo acolhe doentes com deficiências mentais e físicas. Há pouco tempo a Segurança Social, sem pré-aviso, decidiu retirar de lá os doentes, alegando falta de condições de segurança… ora, todo o processo foi conduzido de forma selvagem, sem qualquer respeito pelos utentes que não queriam sair. Todos os liamistas presentes manifestaram o seu apoio e deixaram também a promessa de oração.
Como de costume, a eucaristia e o almoço encerraram a parte da manhã, seguindo-se depois, à tarde, momentos de reflexão pessoal, de adoração eucarística e de celebração do sacramento da reconciliação. Reflectiu-se sobre a morte, mas todos saíram revigorados e cheios de VIDA!