De José Tolentino Mendonça
É mais uma seleção de textos, feita por decisão da editora, a partir de oito livros deste Cardeal-Poeta-Biblista.
A obra está organizada em 23 temas, apresentados por ordem alfabética, desde Amor a Vida.
Logo nas primeiras páginas, em letras bem grandes, José Tolentino explica algo de essencial, uma ideia que atravessa todo o livro: ‘A vida não é uma trégua, é um pacto’.
Destaco as frases que mais me marcaram.
Ética e sabedoria
‘Corremos o risco de ser possuídos por aquilo que possuímos’. (p.26); ‘A Páscoa é o motor transformador do mundo’ (30); ‘A ética assegura a transparência entre aquilo que fazemos e aquilo que somos’ (42); ‘A sabedoria está do lado dos anunciadores da esperança e não dos apocalípticos apregoadores da tragédia’ (44); ‘A esperança não é um adiamento, mas um compromisso’ (46).
Acordar fontes
‘A coisa no mundo mais parecida com os olhos de Deus são os olhos de uma mãe’ (50); ‘A fé desinstala nos… Não há parques de estacionamento espirituais’. (54); ‘O Espírito é o alfabeto sempre novo com que Deus se escreve’ (55); ‘Não, nós não temos Deus por adquirido. Deus é uma pergunta, Deus é um assombro, Deus é um desconhecido’ (60); ‘Não há maior legado do que uma vida feita dom’ (70); ‘Dentro do deserto que eu sou, que nós somos, Deus está pronto para acordar uma fonte de água viva’ (72).
Ser alimento
‘Na imperfeição é sempre possível começar e recomeçar’ (74); ‘O Presépio somos nós. É dentro de nós que Jesus nasce’ (76); ‘Não basta aproximar se para se ser efetivamente próximo’ (83); ‘Fundamentalmente, alimentamo nos uns dos outros. Somos alimento uns para os outros’ (84); ‘O perdão é acreditar que a lógica do amor é superior à lógica da violência’ (84); ‘A esperança é capaz de dialogar com o futuro e de o aproximar’ (94).
Perguntas e pedidos
‘O Pai Nosso pede ao Pai que seja Pai. Apenas isso’ (106); ‘Nós pedimos a Deus o nosso pão, o pão de todos, o pão para todos’ (111); ‘Quanto mais importante for a pergunta, mais tempo precisamos de habitá-la’ (119); ‘A experiência da viagem é a experiência da fronteira do aberto, de que o homem precisa para ser ele próprio’ (129); ‘A amizade é uma arte de desprendimento’ (132); ‘Falar dos tempos da nossa vida é falar das perguntas com as quais nos confrontamos’ (140).
Rumo ao infinito
‘Sem os velhos não saberíamos a resposta para o enigma que o ser humano é’ (144); ‘A arte da escuta é um exercício necessário de resistência’ (146); ‘Nós não temos apenas âncoras, temos também asas’ (147); ‘O coração é uma jangada em chamas em direção ao infinito’ (152).
Ed Quetzal, Lisboa 2024.