Missão na Ásia
A imagem de Nossa Senhora, em frente da catedral de Saigão, no Vietname, acaba de acolher uma pomba que encontrou poiso no globo que a Senhora sustenta nas mãos. Há 25 anos, os Espiritanos alargaram a sua missão até ao Sudoeste Asiático.
O P. Frédéric Rossignol trabalhou 16 anos no Vietname, e agora a sua missão continua nas Filipinas. Nesta edição, partilha conosco um pouco sobre este itinerário de missão espiritana no maior e mais populoso dos continentes, onde tão poucos conhecem o Evangelho.
Ser fermento no continente das massas
Em dezembro celebramos o nascimento de Jesus. Também celebramos o aniversário do renascimento da missão espiritana no continente em que Jesus Nasceu. Foi em dezembro de 1977 que abraçámos a desafiante missão junto dos pobres entre os mais pobres: a pequena minoria de cristãos bhils e punjabs do Paquistão, grupos marginalizados social, económica e religiosamente. Assim, dávamos os primeiros passos naquele que é, de longe, o maior e mais populoso continente do mundo, onde apenas uma pequena fração conhece Jesus Cristo. E, de forma quase invisível, dávamos visibilidade àquilo que Ele nos pede para sermos: fermento no meio da massa.
Vinte anos depois, no dia 3 de dezembro de 1997, dia de S. Francisco Xavier, nascia um outro grupo internacional que haveria de partir, dias depois, ainda mais para oriente: Filipinas e Taiwan. Em 2003 tive a alegria de integrar esse grupo. “Ser Muralha da China ou Rota da Seda?” – foi uma das primeiras questões que me coloquei. Aquelas duas estruturas que rasgam o continente, construídas ao longo dos séculos, apresentaram-se-me como metáforas de dois possíveis itinerários: isolarmos as diferenças ameaçadoras atrás de muros feitos de medo, ou ousarmos percorrer com paciência caminhos feitos de encontro. Vinte anos depois, continuo a achar a questão pertinente. Para mim, na inquieta busca da alegria do Evangelho. Para a Igreja, na desafiante caminhada sinodal. Para o mundo, que teima em construir muralhas e, ainda por cima, nos quer tentar a entrincheirarmo-nos de um ou outro lado delas, desistindo de ser caminho.
A riqueza desafiante da missão espiritana na Ásia não se manifesta apenas na diversidade de culturas e experiências de fé dos povos que encontramos, mas também na composição intercultural das próprias equipas missionárias. O que significa que a conversão de muros em caminhos de encontro e diálogo começa ainda dentro de portas.
O P. Frédéric Rossignol, natural da Bélgica, fez boa parte da sua formação missionária em Portugal. Partiu para o Vietname, onde trabalhou durante 16 anos. Agora, continua a sua missão em Manila, nas Filipinas, onde os espiritanos constuiram uma casa de formação inicial e permanente de missionários da Ásia ou para a Ásia. Neste mês, pedimos-lhe para partilhar com os nossos leitores um pouco sobre a missão espiritana no Sudoeste Asiático, onde tem vivido a sua missão.
Assim, entramos no mês do Natal com os olhos postos no continente que viu Jesus nascer, com a esperança de que se possam voltar a trilhar caminhos de diálogo e de paz.
Um Natal sem fronteiras nem barreiras para todos!
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