Para muitos Jovens Sem Fronteiras, verão voltou a rimar com missão. Ainda que em formato diferente do habitual, voltaram a realizar-se as “Semanas Missionárias”, atividades de voluntariado missionário realizadas um pouco por todo o país, nos meses de verão.
Uma boa parte dos inscritos participaram neste tipo de atividades JSF pela primeira vez. Outros já eram repetentes. Mas para todos foi uma novidade, já que o formato foi diferente. E devia ser “para repetir”, como muitos sublinharam. Em todas as atividades, os jovens foram integrados em comunidades espiritanas, participando do seu ritmo de oração, trabalho e lazer. O espírito de família e a oportunidade de conhecer mais de perto a Congregação foram, aliás, dos pontos mais destacados nos testemunhos escutados.
“Os confrades com quem partilhámos a mesma casa e os mesmos horários exalavam fé, familiaridade, boa disposição, espírito de oração, descontração, alegria. Receberam-nos como se já fizéssemos parte da comunidade há décadas… e o Senhor providenciou as coisas de tal forma que a nossa estada coincidiu com a passagem de mais missionários do que o costume — razão pela qual nos sentimos enormemente abençoados. Foram diversas as histórias que tivemos o privilégio de escutar, tanto dos missionários mais jovens como dos veteranos, o que nos levou a entender e a estimar melhor esta singular vocação.” — registou um dos jovens.
A primeira “semana” reuniu um grupo de jovens, acompanhados pelo P. Damasceno, na comunidade de Lisboa, de 26 de julho a 3 de agosto. O seu trabalho de voluntariado desenvolveu-se sobretudo junto das duas instituições contíguas a esta casa: o Centro Padre Alves Correia (CEPAC) e a Sol Sem Fronteiras (Solsef). Para além do testemunho dos funcionários e voluntários daquelas instituições, foram também marcados por outros testemunhos, como do P. Alberto Tchindemba, como nos conta a Laura: “fez-nos sentir mais próximos das pessoas que, graças às doações e ao trabalho, recebem a nossa ajuda para melhorar a qualidade de vida, a saúde e a educação na escola São João de Deus em Nampula, Moçambique”… “Também foi grande e impactante a experiência de ouvir o testemunho do Sr. Padre Luigi, que esteve preso por terroristas da Al-Qaeda durante dois anos. Como bem disse, graças a Deus e à Virgem Maria, encontrou forças para superar as adversidades no deserto em que se encontrava”.
Seguiu-se uma outra, a norte, de 1 a 8 de agosto, no Centro Espírito Santo e Missão (CESM), na Silva – Barcelos, acompanhada pelo P. Eduardo Ferreira e Anthony Nascimento. O programa foi muito diverso, incluindo atividades pastorais nas paróquias vizinhas e na Casa de Saúde S. João de Deus, em Barcelos. Foram programados encontros com jovens, um quiz missionário e um concerto orante, com que terminou a semana. Houve ainda tempo para testemunhos e econtros de formação sobre a vida espiritana. Os jovens tiveram oportunidade de contacto com a natureza, participando nas lides da quinta envolvente.
O Lar Anima Una, em Braga, acolheu duas atividades: no fim de semana de 6 a 8 de agosto, e uma semana de 16 a 22, acompanhadas pelos padres Victor Silva e Raul Lima, respetivamente. Para além da participação dos momentos de oração, trabalho e lazer, o ponto forte desta semana foi mesmo o diálogo com os utentes que tantas vezes precisam de um ouvido que escute e de uma palavra de ânimo e conforto.
A última atividade do verão aconteceu no Alentejo, na imensa paróquia de Mértola que os espiritanos servem há mais de uma década. Foram marcantes as visitas às pessoas e comunidades, rezando o terço pelas ruas ou com os utentes do lar, em formato on-line. As “noites em missão” aqueceram o serão, ao ar livre no centro da vila, com diversos testemunhos, alguns presenciais, outros à distância, através dos meios digitais. Foi particularmente emotivo o testemunho em direto dos jovens que realizavam a sua “Ponte Missionária” na periferia de São Paulo, no Brasil.
Poder viver novamente assim, um verão sem fronteiras, foi para todos – organizadores e participantes – uma grande fonte de alegria e esperança. Mais do que voltar à normalidade, a experiência permitiu olhar ainda mais longe, abrindo novas perspectivas de missão jovem na família espiritana.