Jean Vanier tem 90 anos e fundou a L’Arche em 1964, uma federação internacional de comunidades espalhadas por 35 países, dedicada a pessoas com deficiências de desenvolvimento e às pessoas que as assistem. Escreve na Introdução: ‘Acreditem ou não, foi esta vida de partilha que me ajudou a ser mais humano’ (p.10). Diz ainda: ‘Para algumas pessoas, poderá parecer estranho que eu diga que os mais fracos e aqueles que foram excluídos da sociedade têm sido os meus professores’ (p.14).
Faz uma ‘confissão’ na capa: ‘Estou muito feliz com a publicação deste livro em Portugal, já que tive a alegria de viver em Fátima onde aprendi a ser um pouco mais humano’. Diz a seguir: ‘Estou muito reconhecido à Maria do Carmo Diniz por ter promovido esta magnífica tradução portuguesa do meu livro’.
O livro percorre cinco grandes temas: a solidão; a pertença; da exclusão à inclusão – um caminho para a cura; o caminho para a liberdade; o Perdão.
Jean Vanier cruza vidas com nomes próprios (Philippe, Raphael, Eric, Pierre, Cláudia, Rula, Ghadir, John Paul, Fred), com nomes notáveis da nossa história recente (P. Kolbe, Madre Teresa, Mandela, Dalai Lama, Gandhi, Etty Hillesum) e textos bíblicos inspiradores (parábolas do Bom Samaritano, do Filho Pródigo, do pobre Lázaro).
Propõe um objetivo no fim: ‘Não coloquemos, todavia, a nossa mira demasiado alta. Não temos de ser salvadores do mundo! Somos simplesmente seres humanos, envoltos em fraqueza e em esperança, chamados a,todos juntos, mudar o nosso mundo, um coração de cada vez’ (p.149).
Ed. Principia, Cascais 2018