João Baptista Brottier e Hermínia Bouthé casaram a 18 de Julho de 1876. Viviam no castelo do marquês Dufort, situado na aldeia de La Ferté-Saint-Cyr, Sologne, França. La Ferté era uma pequena aldeia, com uma população que rondava os 1000 habitantes e era, na sua maioria, pobre, exceto os que viviam no castelo do marquês e alguns comerciantes e artesãos, que levavam uma vida um pouco mais desafogada.
Não demorou muito tempo, prezado leitor, para que lhes nascesse o primeiro filho, a quem deram o nome de Gastão. O segundo, nasceria dois anos depois, e viria a ser o Beato Daniel Brottier, mas que no registo civil aparece com o nome de Daniel Jules Alexis. Nascido a 7, foi batizado dez dias depois, a 17 de Setembro de 1876.
Embora vivesse no castelo do Marquês de La Ferté, Daniel ia todos os dias à escola da aldeia, na companhia do irmão mais velho. Se no castelo podia desfrutar da companhia do filho do marquês, na escola podia encontrar-se e brincar com os demais garotos de La Ferté. E ele precisava disso, sendo que era um rapaz esperto, resoluto, bastante seguro de si, de fisionomia aberta e simpática, mas de carácter agressivo, não se fazendo rogado em usar os punhos quando era questão de medir forças ou de defender Gastão.
No lar dos Brottier, onde o pai era homem de princípios e de mão firme, e a mãe, doce, mas sem fraqueza, sabia dialogar com os filhos, vivia-se à luz da fé. Não admira, por isso, que aos cinco anos Daniel tivesse declarado solenemente que, quando fosse grande, seria papa. E tão determinado estava que, ainda antes de frequentar a escola insistiu tanto que queria aprender latim, que o pároco, o P. Quentin, se dispôs a ensinar-lho.
Tinha Daniel cerca de dez anos, quando – 11 de Abril de 1887 – fez a Primeira Comunhão. Dia inolvidável de encontro com Jesus Eucaristia. Mais tarde, confidenciou à sobrinha Joana: «O Céu é um dia de Primeira Comunhão»! Dia decisivo de encontro com Cristo, mas também de encontro com Maria, como ele próprio diria mais tarde. Naquele dia, quando rezava, teve, de repente, o sentimento duma presença que lhe garantia proteção permanente e a própria salvação. Será grande a sua devoção à Virgem Maria!