P. Joaquim Brito, Superior dos Espiritanos em Cabo Verde – Revista Missão Espiritana 27 , em homenagem ao P. José Manuel Sabença
Pela tua Vida e Vocação Missionária
Pela tua Entrega e Amizade
Pelo teu Carinho e Simplicidade
Pelo Apoio incondicional e a tua Marca na História
LOUVADO SEJAS SENHOR!
Quando o Padre Henrique Simão e eu chegamos ao Porto em setembro de 2001, fomos acolhidos pelo Padre Zé Manel na casa do Pinheiro Manso, onde os nossos colegas lhe chamavam simplesmente de “Pai Zé”. Foi grande o entusiasmo com que nos recebeu, e enorme a confiança que nos transmitiu, de maneira que não foi difícil entrar naquele mundo totalmente desconhecido.
O Padre Zé Manel foi Formador de três de nós, os Confrades de Cabo-Verde, país onde veio algumas vezes; foi nosso Provincial durante nove anos e nosso Correspondente em Roma, como Assistente Geral. Mas, na verdade, víamos nele sobretudo um Amigo abnegado, atento e preocupado, com tudo o estivesse ligado a nós.
Creio que não estaria a mentir se dissesse que, durante os quinze anos de convivência com ele, quer à distância, quer na proximidade, não tivemos a “felicidade” de justificar algumas das nossas atitudes ou palavras menos correctas porque, alguma vez, tivesse irritado ou manifestado hostilidade em suas palavras. Claro que nem em tudo havia acordo imediato: os assuntos comunitários, questões relativas à formação, o diálogo pedagógico ou os muitos momentos de Animação Missionária nem sempre foram totalmente pacíficos. No entanto, sempre soube com muita tranquilidade e maestria encaminhar os acontecimentos. Não poucas vezes dava umas voltas antes de responder a uma pergunta ou a algum pedido. Penso que a isto, chamaríamos discernimento, princípio indispensável para bem fazer qualquer coisa.
Sobre a vivência do carisma espiritano, o Amor aos nossos Fundadores, Poullart des Places e Liberman, a veneração à Santíssima Virgem Maria e o “apego” ao Espírito Santo (pensando nele, me vem à cabeça aquela canção, “vem Espírito Santo vem…”), estou convencido de que ele deixou lições de sobra para todos nós.
Dois meses antes de deixar-nos me despedi dele no mesmo sítio onde nos acolheu, No Pinheiro Manso, aquando da sua doença, a minha intenção era ser discreto e não conversar muito. No entanto, falamos de tudo um pouco, porque assim quis ele. Foi um grande momento, o guardo com ternura.
Do Padre Zé Manel, guardamos muito Amor… muita Saudade.
Se ele já nos ajudou muito no tempo, mais ainda o fará na eternidade!
Foto: No Capítulo de Cabo Verde, Junho de 2015