O P. José Coelho de Amorim, filho de Joaquim Rodrigues de Amorim e de Clementina Pereira de Sá Coelho, nasceu a 13 de setembro de 1925 em Paços de Brandão, concelho de Vila da Feira e diocese do Porto. Pais cristãos, cumpridores e abastados, educaram os seus três filhos no seguimento de Cristo. Seu pai explorava uma fábrica de papel na freguesia de S. Jorge e sua mãe era doméstica e geria a mercearia, na casa da família. Quando a mãe se ausentava, o José ficava encarregado da mercearia. Com 7 anos começou a frequentar a escola da aldeia e terminou a 4.ª classe “com distinção”. A opção pelo seminário tinha já sido tomada em família. E foi admitido, em Godim, 6 de outubro de 1936, juntamente com o seu irmão mais velho (que viria a sair no Fraião).
Ao longo dos anos de seminário, as conferências proferidas pelos missionários vindos de Angola (de passagem em férias), impressionaram vivamente o José e depertaram nele maior amor à vida missionária. Sendo aluno muito aplicado e com boas capacidades, tomou, também, consciência da importância e da seriedade dos estudos. Com a mesma determinação fê-lo em Godim e no Fraião.
Estava no Fraião quando lhe faleceu a mãe a 13 de maio de 1941. A notícia só lhe chegou alguns dias mais tarde. E ele escreveu: “Soneto à memória de minha Mãe”. (Fraião, julho 1942, in Notas Biográficas).
Fez o noviciado na Silva e os primeiros votos na congregação do Espirito Santo a 8 de setembro de 1944.
Nesse mesmo ano voltou para a Régua para professor de Letras no seminário menor de Godim.
A 19 de março de 1950 foi ordenado sacerdote, em Viana do Castelo, na presença do pai e dos seus irmãos.
Como estava prescrito, escreveu ao Superior Geral manisfestando a sua preferência pela vida em terras de missão ad extra pois, por esta razão, tinha optado por uma congregação missionária. Mas os seus superiores pediram-lhe que aprofundasse mais os seus estudos.
Em 1951 terminou a licenciatura em Teologia em Salamanca e em 1959, concluiu em Coimbra o curso de Ciências Fisíco-Químicas.
De 1959 a 1970, foi professor e superior no Fraião, ecónomo em Madrid e conselheiro Provincial. Em 1966, o seminário do Fraião albergava cerca de 300 pessoas, meia centena das quias eram religiosos professos. Foi convidado pelo Conselho Provincial a elaborar um plano de obras de renovação de todo o imóvel do Fraião. Foi tempo de melhoria e adaptação das instalações, desde a cozinha às canalizações de água e gás, salas e campos de jogos. Enquanto os documentos do Concílio Vaticano II provocavam alguns sobressaltos no seminário, o P. Amorim lia e estudava os Decretos Conciliares para acompanhar a evolução, procurando manter o equilíbrio. Além das aulas, assistia alguns Noviciados da cidade de Braga, como confessor e dando aulas de formação teológica e litúrgica.
Em outubro de 1971 foi para o Colégio Espírito Santo em Nova Lisboa (hoje Huambo) – onde assumiu o cargo de Director.
Em agosto de 1974 regressa a Portugal e é nomeado professor no Fraião; em 1978 é nomeado para o Porto (casa da Boavista) para o trabalho na animação missionária e Ecónomo da comunidade; em 1986 é nomeado para Coimbra, onde foi superior por vários mandatos.
O P. Amorim é autor de diversas publicações teológicas e científicas.
Em 2017, depois de longa permanência na comunidade de Coimbra e a seu pedido, foi transferido para a comunidade do Fraião, como utente do Lar Anima Una onde se adaptou muito bem: ajudava os confrades mais dependentes e colaborou no apostolado no exterior.
O P. Amorim tinha 96 anos quando o Senhor o chamou a Si, no dia 22 de agosto de 2022. Rezamos a Deus Pai Misericordioso para que o tenha junto de Si e do Céu interceda pelas necessidades da Igreja e da Congregação.
O Maria Rainha das Missões,
Dai-nos muitos e santos missionários.
A família do falecido P. Durães envia as mais sinceras condolências à família do P. Coelho Amorim e à família Espiritana à qual sempre estivemos ligados.
Eu, como antigo seminarista, lembro-me do Sr. P. Coelho Amorim, não como meu professor mas como Superior do Fraião.
Que o Senhor o receba no seu merecido lugar.
Muito obrigado.
Assim seja.