António Moreira Loureiro nasceu a 3 de abril de 1937, em Sarzeda, concelho de Sernancelhe e distrito de Viseu.
Em 1948, depois de concluir a escola Primária, deixa a terra natal para ingressar no seminário de Godim e inicia a sua formação na Congregação do Espírito Santo, passando pelos seminários de Fraião – Braga, Silva – Barcelos, Viana do Castelo e Torre d’Aguilha – Cascais.
Faz o noviciado na Silva e os primeiros votos religiosos a 8 de setembro de 1955. Nesse mesmo ano, inicia a Filosofia, em Viana do Castelo, e, no ano seguinte, passa para o seminário da Torre d’Aguilha, onde completará os seus estudos teológicos.
A 2 de julho de 1961, é ordenado sacerdote e, depois da sua Consagração ao Apostolado, é nomeado para Angola.
Embarca, em outubro do mesmo ano, para a missão de Balombo, dicocese de Nova Lisboa (hoje Huambo), onde encontra o P. Alberto dos Anjos Coelho, que lhe ensina a língua Umbundu, durante alguns meses.
Em 1962, parte para a missão de Bela Vista, na mesma diocese de Huambo, onde faz comunidade com o P. Alfredo Mendes e o P. Adélio Ribeiro Lopes.
O seu trabalho, no centro da Missão, consiste em acompanhar o internato, a escola e a maternidade (que é dirigida pelas Irmãs Teresianas). A missão da Bela Vista tem também 200 comunidades para visitar, em áreas rurais.
Em 1964, é nomeado para a missão do Bimbe, uma missão na mesma diocese do Huambo, com cerca de 250 comunidades.
Em 1966, passa a trabalhar no Seminário Espiritano do Huambo, onde leciona e é formador, durante treze anos, para jovens candidatos à vida espiritana, com uma interrupção, em 1969, ano que regressou à missão do Bimbe.
Em 1975, devido à turbulência da Independência, o Seminário do Huambo recebe refugiados vindos Malanje e outras cidades.
Em 1980, é nomeado pelo P. Bernardo Bongo, Superior Provincial de Angola de então, para a missão católica da Chanhora, na diocese do Kuíto-Bié, no intuito de fazer companhia ao P. Abílio Guerra, que nunca chegaria a encontrar, porque este veio a Luanda, não lhe foi possível regressar e, mais tarde, viria a ser raptado e assassinado.
Vivia-se o tempo da guerrilha. Desde 1976 que as FAPLA tinham tomado a missão de Chanhora e os missionários tiveram de ir morar no Bispado do Kuíto-Bié. A partir do centro da diocese, o P. António dava assistência às missões da Chanhora, Andulo e Nhareia, sobretudo na formação de catequistas.
Os anos de 1992 e 93 foram muito difíceis, porque aumentaram as confrontações militares entre o MPLA e a UNITA. O MPLA bombardeava a cidade continuamente e a UNITA, em setembro de 1993, obrigou a sair todo o pessoal do Bispado do Bié para aí fazer a sua base militar. Os tiroteios obrigavam as pessoas a passar muito tempo em esconderijos.
Ao serem expulsos pelos militares, o P. António, com o P. Ribeiro Loureiro e o bispo da diocese, D. Pedro Luís, foram morar na missão do Chinguar, aguardando que a situação melhorasse.
Desde que a situação o permitiu, o P. António, voltou para a missão católica da Chanhora, na diocese do Kuito-Bié, onde se manteve até 2010.
O P. António viveu e sofreu as agruras da guerra, durante vários anos, ao lado do seu povo martirizado. E foi a fragilidade da sua saúde que o impediu de continuar. Deu 48 anos da sua vida à missão em Angola.
Em novembro de 2010, regressa a Portugal e é nomeado para Godim, onde colabora na pastoral da comunidade, enquanto passa a depender da hemodiálise.
Em março de 2022, vem para Braga e, com uma saúde cada vez mais débil, é acompanhado no Lar Anima Una.
O Senhor da Messe chamou-o a Si, no dia 23 de março de 2024. Rezamos para que o Senhor da Paixão e da Ressurreição o acolha junto de Si e que possa gozar das Suas promessas: “vinde benditos de meu Pai, recebei em herança o Reino preparado para vós, desde o princípio do mundo” (Mt. 25, 34).
Que o Senhor da messe ao qual ele serviu o receba em.sua glória.