Inspirado por uma história real, Milagre começa com o professor Mahir a deixar mulher e filhas na cidade, partindo para as montanhas onde foi colocado. A aldeia é isolada, de dificilíssimo acesso, chegando no inverno a estar cerca de 5 meses sem qualquer contato, por causa da neve.
Mahir, depois de inúmeras peripécias, chega à aldeia turca e a mesma não tem escola. Contacta as autoridades da vila, acompanhado dos anciãos e chefes da aldeia, sem resultados. Quer partir, uma vez que não tem as mínimas condições de trabalho, mas os anciãos transmitem-lhe o seu grande pesar. Acaba por ceder, com uma condição – constroem todos uma escola e as meninas também poderão frequentar. Assim, a força da comunidade ergue uma escola e o professor a esperança.
Aziz, possui acentuadas deficiências físicas, limitações de movimento e de fala. Sofre de bullying praticado pelas crianças e é assim que o professor Mahir intervém protegendo, dignificando e integrando este adulto na escola com as crianças. Aziz, de imediato, começa a ficar mais calmo, a comunicar de forma mais ampla inclusive por desenhos.
Mizgin, a jovem e bela esposa arranjada pelo pai de Aziz, como pagamento de uma dívida de gratidão, acaba por ser ostracizada pela comunidade e ambos fogem, com a ajuda benovolente do professor. O casal, volta, anos depois, à aldeia com a família do professor, agora com condição fisica amplamente melhorada cuja alavanca, segundo voz de Aziz, foi o amor da esposa.
Uma história edificante, onde a leveza é trazida pelo humor, apesar da carga dramática. É assim que, com a direção de Mahsun Kirmizigül, podemos assistir a um filme passado na Turquia profunda e rural dos anos 50, marcada pelo isolamento e a beleza paisagística.
Vidas que são testemunho de milagres; o extraordinário que acontece pela resiliência; o Amor como alavanca de vidas cerradas, em diferentes frentes, ultrapassando barreiras e diferenças; o Amor como Milagre da transformação… eis alguns dos ingredientes de um filme a não perder.