No dia 11 de fevereiro no Cine-teatro Garrett, vários artistas amadores Poveiros estiveram reunidos para ajudar o povo de Buenavista, na Bolívia. Foi um projeto realizado pela LIAM da Póvoa de Varzim. A ideia de ajudar os missionários de uma forma diferente veio ao nosso encontro com algum receio, mas quando a fé se junta à coragem surgem coisas assim inesperadas. Quando me dirigi ao diretor cénico do Grupo Recreativo e etnográfico as “Tricanas Poveiras”, sabendo eu que é um homem de boa vontade, já sabia que ele aceitaria o desafio! O senhor António Pereira ficou então encarregado de preparar um sarau de variedades e eu, como animadora do grupo, de tratar da burocracia.
A grande insegurança permanecia em obter ajuda da Câmara Municipal para conseguir a sala de espetáculos sem custos e posteriormente conseguir divulgar o espetáculo de forma a encher a sala. Sem saber quais as palavras a usar pus-me a caminho. Marquei reunião com o vice-presidente da câmara. No dia em que fui recebida por ele estava cheia de confiança, mas as minhas pernas tremiam como varas verdes… sentei-me e comecei a explicar o que é o movimento.
Depois de uma conversa não muito longa, o Dr. Diamantino deu-me os parabéns por pertencer ao movimento e entre linhas, com meio sorriso, explicou que não tinha conhecimento da Liga Intensificadora de Ação Missionária, ficando agradecido por existir gente como nós. Marcámos a data e acordamos os parâmetros do espetáculo.
Este espetáculo foi organizado com muita humildade e carinho. Tivemos a ajuda dos Espiritanos. Para fazer o cartaz pedi ao Pe. Damasceno Reis; ao Pe. Vítor, pedi para fazer um pequeno vídeo a dar a conhecer a missão na Bolívia e depois tive que chatear o Pe. Nuno Rodrigues, Pe. Tiago Barbosa e Pe. Nuno Rocha, Pároco da Paróquia de São José de Ribamar na Póvoa de Varzim, para assuntos de autenticação. Para fazer a publicidade tive que pedir ajuda aos média aqui da cidade. Foi noticiado na rádio Onda Viva e nos jornais, no Póvoa Semanário, no Mais Semanário e no Voz da Póvoa.
Ao longo deste caminho ouvimos palavras de motivação e desmotivação, não foi fácil nem difícil, tentamos sempre manter a nossa chama da fé bem acesa e o resultado foi positivo. Demos a conhecer o nosso movimento e ajudamos a missão.
Estiveram presentes várias pessoas, de culturas diferentes, sendo uns naturais da Póvoa e outros de fora. Tudo porque, independentemente do espetáculo ser realizado por um movimento católico missionário, o objetivo é ajudar o próximo, o necessitado. Por isso, acreditamos que podemos fazer o que está ao nosso alcance. A LIAM é um movimento sementeiro e, de mãos dadas com a cultura da cidade, quis semear a esperança de ir mais além.
Sara Passos, animadora do grupo