O Bailundo, no interior do Huambo, acordou em pânico naquela manhã de 8 de Fevereiro de 2006. O P. José Afonso Moreira, missionário espiritano há mais de 50 anos naquelas paragens de Angola, fora barbaramente assassinado. A notícia correu depressa e a consternação tomou conta das muitas pessoas com quem ele conviveu. E, como acontece com todas as tragédias humanas, o mundo foi abalado. A família, em Vila Real, colhida de surpresa e horror, prestou-lhe a homenagem possível, evocando o seu perfil de missionário-mártir com a construção de um memorial na praça da Capela de Fortunho, ali mesmo ao lado da casa da família. A sua vida e a sua missão estão retratadas numa série de painéis e na ‘árvore da vida’, cujos ramos mostram frases que contam a biografia do P. Moreira.
Doze anos depois, o memorial foi retocado, dando pretexto a uma celebração diferente da que, ano após ano, ali acontece. Tudo começou com a Eucaristia, presidida pelo bispo D. Amândio Tomás e concelebrada por D. António Montes Moreira (primo) e por diversos padres missionários e diocesanos. Depois, no Largo P. Moreira, a cerimónia evocativa começou com palavras do Dr. Armando Moreira (irmão), seguidas de um testemunho de D. António Montes. A conclusão coube ao P. Tony Neves, Provincial dos Espiritanos, que conviveu de perto com o P. Moreira durante os cruéis tempos da guerra civil de Angola. Antes do porto de honra, os autores do Memorial explicaram o que tentaram passar para este monumento que perpetua a figura do P. Afonso Moreira que, a partir de agora, é vista por quem ali passa, pois foi colocada uma foto da sua ordenação sacerdotal na fachada lateral da casa onde nasceu e cresceu.