Leitor 1: Iniciamos esta via sacra que é um caminho a fazer com Jesus. Vamos acompanhá-lo desde o momento em que foi condenado até ao momento da sua ressurreição. Um caminho de dor e de amor, um caminho onde se cruzam a maldade humana levada ao extremo, com a bondade e a misericórdia de um Deus que nos amou até ao fim.
A morte e a ressurreição de Jesus são o coração da nossa fé e da nossa esperança. Cristo, por nós, passou através do drama da morte. O amor do Pai ressuscitou-o na força do Espírito. A Esperança cristã consiste precisamente nisto: face à morte onde tudo parece acabar, através de Cristo e da sua graça, recebe-se a certeza de que “a vida não acaba, apenas se transforma”.
Leitor 2: Com este exercício da Via-Sacra aceitamos o convite de Jesus a segui-Lo, contemplando-O no caminho que Ele fez. Vamos contemplar, em cada passo, o modo como Jesus realizou a sua oferta de amor por nós, até ao fim. Vamos suplicar para que também nós saibamos levar o nosso sim até às últimas consequências, e que os nossos irmãos e irmãs de todo o mundo recebam o fruto da paixão redentora, vivendo a alegria de serem salvos e amados por Deus.
Presidente: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Ámen.
Cântico
O Povo de Deus no deserto andava,
Mas, à sua frente, alguém caminhava.
O Povo de Deus era rico de nada,
Só tinha a esperança e o pó da estrada..
Também sou teu povo, Senhor, e estou nesta estrada
Somente a tua graça me basta e mais nada
1ª Estação: Jesus é condenado à morte
– Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus….
– Que pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Leitor 1:
«Pilatos trouxe Jesus para fora e fê-lo sentar numa tribuna, no lugar chamado Lajedo. Era o dia da Preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Disse, então, aos judeus: “Aqui está o vosso Rei!” E eles bradaram: “Fora! Fora! Crucifica-o!” Disse-lhes Pilatos: “Então, hei de crucificar o vosso Rei?” Replicaram os sumos-sacerdotes: “Não temos outro rei, senão César”. Então, entregou-o para ser crucificado. E eles tomaram conta de Jesus» (Jo 19, 13-16).
Leitor 2:
A condenação, que se torna agora pública, tinha sido antes concebida no segredo. Ao mesmo tempo que o coração do Mestre inventava gestos de amor criativo, o coração do traidor dava lugar ao ódio e à rejeição, como nos relata o evangelista João: «Jesus, que amara os seus que estavam no mundo, levou o seu amor por eles até ao extremo.
Deus de ternura e de misericórdia que amais o inimigo, que pondes amor onde reina a maldade, ensinai-me a colaborar convosco acolhendo o vosso perdão e sabendo perdoar aos outros.
Presidente:
Quando diante de mim há uma pessoa julgada injustamente – Abri o meu coração, Jesus
Quando as minhas certezas são preconceitos – Abri o meu coração, Jesus
Quando sou intolerante – Abri o meu coração, Jesus
Quando desejo ser coerente, mas tenho medo de avançar – Abri o meu coração, Jesus.
Todos:
Santa Mãe, isto te peço: no meu peito fique impresso o amor do Redentor
Cântico:
Se alguém quiser seguir-Me,
Se alguém quiser seguir-Me,
Tome a sua cruz e siga-Me,
Tome a sua cruz e siga-Me
Quem quiser salvar a sua vida há de perdê-la
Mas quem quiser perder a vida por causa de Mim há de encontrá-la
2ª Estação: Jesus toma a sua cruz
– Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus….
– Que pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Leitor 1:
Do Evangelho de São Marcos. “Depois de fazerem troça dele, tiraram-lhe a capa vermelha e tornaram a vestir-lhe a roupa. Em seguida levaram-no para o crucificarem. E Ele carregando a cruz às costas, saiu em direção a um lugar chamado Caveira que em Língua hebraica se diz Gólgota”.
Leitor 2:
Condenado à morte, Jesus recebe a cruz onde será crucificado. Esta cruz foi-lhe imposta, ele não a pediu, mas abraçou-a com amor. Ele dissera: «Quem não tomar a sua cruz para me seguir não pode ser meu discípulo». Assumir os sofrimentos e dificuldades próprios da vida e ajudar a suavizar a cruz de quem está ao nosso lado é uma forma simples e concreta de seguirmos Jesus no dia a dia.
Leitor 1:
Senhor, ajudai-me a assumir o lado custoso da vida com coragem e generosidade; que eu não a torne mais pesada só com lamentos e mágoas. Dai-me a graça de levar a minha cruz, assumida livremente, como dom de mim e oferta de amor.
Presidente:
Se nos faltam as forças para nos dedicarmos aos outros – Livrai-nos do cansaço, Senhor.
Se arranjamos desculpas para fugir à responsabilidade – Livrai-nos do cansaço, Senhor
Se o nosso coração já não se comove diante das injustiças – Livrai-nos do cansaço, Senhor
Todos:
Santa Mãe, isto te peço: no meu peito fique impresso o amor do Redentor
Cântico:
Se alguém quiser seguir-Me,
Se alguém quiser seguir-Me,
Tome a sua cruz e siga-Me,
Tome a sua cruz e siga-Me
Se alguém quiser seguir-Me,
renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.
3ª Estação: Jesus cai pela primeira vez
– Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus….
– Que pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Leitor 1:
Da carta aos Filipenses: «Cristo Jesus, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-se semelhante aos homens»
Leitor 2:
Igual a nós em tudo, exceto no pecado, Jesus é «na verdade Deus escondido, o Deus de Israel, o salvador!». Ele que oferece a liberdade aos cativos, que liberta os oprimidos, que dá a vista aos cegos, submete-se a si próprio à humilhação da fraqueza. A nada se poupa para demonstrar o seu amor fiel e que a sua palavra merece a nossa fé.
Presidente:
Jesus, Vós que aceitais cair por amor de mim, ajudai-me a aceitar com humildade as minhas quedas e a contribuir para elevar os outros e não para os derrubar.
Presidente:
Para aqueles que se sentem fracassados– venha a nós o vosso Reino
Para contrastar uma economia que mata – venha a nós o vosso Reino
Para dar forças aos que caíram – venha a nós o vosso Reino
Para os que estão nos hospitais e sentem terminada a viagem – venha a nós o vosso Reino
Todos:
Santa Mãe, isto te peço: no meu peito fique impresso o amor do Redentor
Cântico:
O Senhor Salvou-me
O Senhor Salvou-me, (bis)
O Senhor Salvou-me porque me tem amor
Por aquilo que o Senhor fez por ti
Reconhece quanto vales para Ele.
4ª Estação: Jesus encontra a Mãe
– Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus….
– Que pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Leitor 1:
Do Evangelho de São Lucas. “Quando José e Maria apresentaram o Menino no Templo, «Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: “Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma. Assim hão de revelar-se os pensamentos de muitos corações”.
Leitor 2:
A Senhora das Dores foi encontrar-se com o Filho, nesse caminho onde a multidão indiferente ao espetáculo ou fazendo troça do condenado se aglomerava na rua para ver quem era. Indiferente a tudo e a todos, Maria irrompeu por entre a multidão para um último abraço. Não havia tempo para muitas palavras, nem elas eram precisas. Bastou o olhar, um gesto de carinho e de ternura para que Jesus sentisse mais força no caminho. Seria o encontro mais terno, mais profundo de todos os encontros de Jesus. Nesse abraço final, nesse beijo do rosto já ensanguentado, estava a comunhão na dor, a presença da mãe que nunca deixaria o Filho, mesmo nas piores situações. Uma espada de dor atravessava-lhe o coração, como dissera Simeão
Presidente:
Mãe dos condenados inocentes – Virgem Mãe, tende piedade de nós.
Mãe das crianças que morrem nas guerras- Virgem Mãe, tende piedade de nós.
Mãe de todos os filhos rejeitados – Virgem Mãe, tende piedade de nós.
Todos:
Santa Mãe, isto te peço: no meu peito fique impresso o amor do Redentor
Cântico:
Salve rainha, Salve Rainha, Rogai por nós ó Maria
Pedistes que nos uníssemos
Em oração e concórdia,
Com pena dos pecadores,
Ó Mãe de misericórdia.
5ª Estação: Jesus é ajudado pelo Cireneu
– Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus….
– Que pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Leitor 1:
Do Evangelho de São Lucas. «Quando o iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e carregaram-no com a cruz, para a levar atrás de Jesus».
Leitor 2:
Os soldados não davam tempo para mais. O caminho devia prosseguir. Também Simão de Cirene, teve compaixão. Era demasiado o que estavam a fazer e aproximou-se para dar uma mão. Para aliviar um pouco aquela dor. Tirado das suas ocupações de rotina, Simão faz caminho com Jesus, tornando-se ele também participante daquele momento dramático da vida de Jesus.
Nos caminhos da vida, lugar das nossas “vias-sacras”, Jesus é o nosso principal Cireneu. No caminho específico da nossa vocação, na nossa família ou na comunidade cristã, encontramos sempre ocasião de sermos “cireneus” uns dos outros. Não tenhamos medo nem vergonha de ajudar os outros a levar a sua cruz.
Presidente:
Ajudai-nos, Senhor, a aliviar a cruz dos mais próximos; não permitais que andemos distraídos das cruzes dos nossos irmãos e irmãs na fé ou dos membros da nossa família.
No caminho da nossa vida – Fazei-nos solidários com os que sofrem.
Quando as notícias já não nos comovem – Fazei-nos solidários com os que sofrem.
Quando não há tempo para escutar os desabafos – Fazei-nos solidários com os que sofrem.
Quando fugimos das cruzes da vida – Fazei-nos solidários com os que sofrem.
Todos:
Santa Mãe, isto te peço: no meu peito fique impresso o amor do Redentor
Cântico:
Se vos amardes uns aos outros, Deus permanece em vós.
Se vos amardes uns aos outros, Deus permanece em vós.
1. É este o meu mandamento:
Amai-vos como Eu vos amei.
2. Não há maior prova de amor
do que dar a vida pelos amigos..
Todos:
Santa Mãe, isto te peço: no meu peito fique impresso o amor do Redentor
6ª Estação: A Verónica limpa o rosto a Jesus
– Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus….
– Que pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Leitor 1:
Do livro de Isaías: «Vimo-lo sem aspeto atraente, desprezado e abandonado pelos homens, como alguém cheio de dores».
Leitor 2:
Segundo uma tradição, Verónica, num gesto de humana compaixão veio limpar o rosto sujo de pó e de sangue. Jesus agradeceu o gesto e devolveu-lhe o carinho deixando impresso o seu rosto ensanguentado naquela toalha.
Os rostos desfigurados das pessoas normalmente provocam repulsa e desprezo. Deste modo, a outra pessoa torna-se incómoda, em vez de ser reconhecida e estimada como igual, companheira de caminho, motivo de dedicação e de apreço.
Presidente:
Senhor, ensinai-me a reconhecer o dom que a outra pessoa é em si mesma, em vez de a valorizar apenas por aquilo que é para mim. Tornai-me capaz de amar, à imagem da Santíssima Trindade, onde cada Pessoa é dom gratuito para a outra e recebe da outra esse mesmo dom, gerando, desse modo, à nossa volta, um ambiente de amor, que circula e dá vida
Todos:
Santa Mãe, isto te peço: no meu peito fique impresso o amor do Redentor
Cântico:
1. Cristo quer a tua ajuda para amar, para amar. Cristo quer a tua ajuda para amar.
Não te importes da raça nem da cor da pele / ama a todos como irmãos e faz o bem!
2. Ao que sofre e ao triste dá-lhe amor, dá-lhe amor. / Ao humilde e ao pobre dá-lhe amor.
7ª estação: Jesus cai pela segunda vez
– Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus….
– Que pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Leitor 1:
Do salmo 119: «A minha alma está prostrada por terra; dá-me vida segundo a tua palavra. A minha alma chora de tristeza; reconforta-me, segundo a tua palavra. Abraço as tuas ordens; não permitas, Senhor, que seja confundido»
Leitor 2:
O peso era demasiado e as quedas inevitáveis. Foi assim, Senhor Jesus, que nos ensinastes a entender a aventura da vida humana. As pessoas vacilam, distraem-se, perdem-se. Porém, conhecem a alegria: a dos recomeços, dos renascimentos. Senhor, fizestes-vos um de nós, não tivestes medo de tropeçar e de cair. Aqueles que se envergonham disso, aqueles que ostentam a infalibilidade, aqueles que escondem as suas próprias quedas e não perdoam as dos outros negam o caminho que escolhestes.
Presidente:
Jesus, que Vos apresentais débil, a vossa fraqueza é evidente. Porque tenho tanta dificuldade em aceitar as minhas e a das pessoas que vivem ao meu lado? Ensinai-me, Senhor, a lidar com as fraquezas.
Nas minhas fraquezas e quedas – Ajudai-me, Senhor, a levantar-me.
Nas minhas negligências e indiferenças – Ajudai-me, Senhor, a levantar-me.
Nos meus desânimos e desvios – Ajudai-me, Senhor, a levantar-me.
Todos:
Santa Mãe, isto te peço: no meu peito fique impresso o amor do Redentor
Cântico:
Perdoai, Senhor; perdoai ao vosso povo
Dos abismos em que vivo, ergo a Deus o meu clamor:
Escutai a minha prece, clementíssimo Senhor.
8ª Estação: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
– Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus….
– Que pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Leitor 1:
Do evangelho de São Lucas: «Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele. Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos”» (Lc 23, 27-28).
Leitor 2:
Muitas vezes as lágrimas ajudam-nos a ver melhor a realidade. Limpam-nos os olhos. As lamentações também exprimem a nossa dor. Mas por si sós, não chegam. Lamentar-se nunca foi maneira de resolver os problemas. Jesus reenvia as mulheres para a sua realidade, para cuidarem do que está ao seu alcance e delas depende: elas mesmas e os seus filhos. Na minha vida concreta, devo lutar para combater os males que afligem o nosso mundo: a injustiça, a violência, a maldade.
Presidente:
Jesus, ensinai-me a estar vigilante em relação àquilo que me rodeia, a colocar o bem onde vejo o mal. Saiba eu agradecer em vez de me lamentar, saiba compreender em vez de julgar e perdoar em vez de condenar. Ajudai-me, Senhor, a assumir a minha responsabilidade na construção do bem comum.
Todos:
Santa Mãe, isto te peço: no meu peito fique impresso o amor do Redentor
Cântico: Cristo quer a tua ajuda
Ao que vive a teu lado dá-lhe amor, dá-lhe amor.
Ao que vem de outra terra dá-lhe amor. (bis)
Não te importes da raça nem da cor da pele;
ama a todos como irmãos e faz o bem! (bis).
9ª Estação: Jesus cai pela terceira vez
– Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus….
– Que pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Leitor 1:
Do salmo 143: «O meu espírito desfalece dentro de mim, gelou-se-me o coração dentro do peito. Ergo para ti as minhas mãos; como terra seca, a minha alma está sedenta de ti. Senhor, responde-me depressa; estou prestes a desfalecer! Não escondas de mim a tua face, pois seria como os que descem à sepultura»
Leitor 2:
A tentação do desânimo pode bater-nos à porta. Ela resulta da experiência da nossa fragilidade e impotência, por colocarmos a confiança em nós mesmos e não em Deus. Jesus, o santo de Deus, tornou-se solidário connosco até ao extremo, para que não hesitemos em buscar n’Ele a força da nossa esperança. Quando vir os outros a cair, que eu os ajude a levantar-se; e que eu não seja nunca motivo de queda para ninguém.
Presidente:
Senhor, que eu aprenda a humildade através das humilhações e me fixe em Vós, como Pedro, para me manter de pé. Perdoai-me pelas vezes em que tomo o meu sentir pela verdade e consinto na falta de confiança.
Todos:
Santa Mãe, isto te peço: no meu peito fique impresso o amor do Redentor
Cântico: O Povo de Deus no deserto
O Povo de Deus também vacilava, / Às vezes custava a crer no amor.
O Povo de Deus chorando rezava, / Pedia perdão e recomeçava.
Também sou teu povo, Senhor, e estou nesta estrada
Perdoa se às vezes não creio em mais nada..
10ª Estação: Jesus é despojado das suas vestes
– Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus….
– Que pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Leitor 1:
Do Evangelho de São João: «Os soldados pegaram na roupa de Jesus e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, exceto a túnica. A túnica, toda tecida de uma só peça de alto a baixo, não tinha costuras. Então, os soldados disseram uns aos outros: “Não a rasguemos; tiremo-la à sorte, para ver a quem tocará”. Assim se cumpriu a Escritura, que diz: “Repartiram entre eles as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes”. E foi isto o que fizeram os soldados».
Leitor 2:
Deste tudo pelos outros ficando sem nada. Arrancaram-te a roupa, despojaram-te dela expondo a tua nudez. Senhor Jesus, tinhas dito: “ao que te pede a capa, dá-lhe também a túnica”. Neste despojamento forçado, ensinas-nos que a vida vale mais do que todos os bens, mas ensinas-nos também a despojar-nos dos nossos egoísmos e ganâncias.
Presidente:
Desde o Seu nascimento até à morte, Cristo enriquece-nos com a sua pobreza. Ele despojou-Se e nós somos revestidos da dignidade de Filhos de Deus. Pelo batismo, revestidos de Cristo, somos novas criaturas, não pelos bens que a sorte nos trouxe, mas pela fé que nos faz participar da sua vida divina e gozar da intimidade com Deus. Senhor Jesus, fonte de vida e de amor, colocai no meu coração o desejo de vos dar tudo, o desejo e a capacidade de me dar e de nada reclamar para mim.
Todos:
Santa Mãe, isto te peço: no meu peito fique impresso o amor do Redentor
Pai Nosso…
11ª Estação: Jesus é cravado na cruz
– Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus….
– Que pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Leitor 1:
Do evangelho de São Lucas: «Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. Jesus dizia: “Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem”».
Leitor 2:
Os chefes do povo deviam estar satisfeitos. Bem amarrado, com as mãos e os pés, cravados na madeira já não poderias fazer mais nada. Mas nem sequer na cruz sois deixais de fazer o bem: Dais atenção a um e a outro dos crucificados convosco; Dais atenção àquele que vos crucifica e sabeis ler o coração daquele que não sabe o que está a fazer. Pregado na cruz, em realidade, intercedeis e pedis perdão para quem vos crucifica. A vossa cruz estabelece a reconciliação. Vós sois o verdadeiro Jubileu.
Presidente:
O perdão recebido conduz à conversão. A conversão consiste em fixar o nosso olhar em Cristo, reconhecer com profunda gratidão o seu amor que nos salva e orientar a nossa vida para Ele, isto é, tomar a sua palavra e o seu exemplo como referência das nossas opções, das nossas atitudes, dos nossos comportamentos.
Todos:
Santa Mãe, isto te peço: no meu peito fique impresso o amor do Redentor
Cântico:
Toda a nossa glória, está na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo
Deus se compadeça de nós e nos dê a sua bênção
Resplandeça sobre nós a luz do seu rosto.
Para que se conheçam na terra os seus caminhos
E entre os povos a sua salvação.
12ª Estação: Jesus morre na cruz
– Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus….
– Que pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Leitor 1:
Do Evangelho de São Lucas. «Por volta do meio-dia, as trevas cobriram toda a região até às três horas da tarde. O sol tinha-se eclipsado e o véu do templo rasgou-se ao meio. Dando um forte grito, Jesus exclamou: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. Dito isto, expirou». Ao ver o que se passava, o centurião deu glória a Deus, dizendo: «Verdadeiramente, este homem era justo».
Leitor 2:
A vossa morte, ó Jesus, foi muito dolorosa. Pendurado numa cruz, entre ladrões, abandonado de todos, objeto de escárnio, dos soldados dos chefes. Parecia uma verdadeira tragédia. E, no entanto, esses braços abertos e esse coração trespassado seriam a fonte da nossa salvação. Um dos soldados reconheceu que era a morte do Justo, e a multidão, que horas antes tinha pedido a Pilatos a vossa crucifixão, regressava a casa batendo no peito.
Presidente:
«Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? Mas em tudo isso saímos mais do que vencedores, graças Àquele que nos amou. Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem as potestades, nem a altura nem o abismo, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, Senhor nosso»
Todos:
Santa Mãe, isto te peço: no meu peito fique impresso o amor do Redentor
Em silêncio caminhemos, contemplando e meditando esse mistério de dor e de amor, de morte e de vida.
(Caminhar em silêncio)
13ª estação: Jesus é retirado da cruz
– Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus….
– Que pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Leitor 1:
Do Evangelho de São Lucas: “Um membro do Conselho, chamado José, homem reto e justo, não tinha concordado com a decisão nem com o procedimento dos outros. Era natural de Arimateia, cidade da Judeia, e esperava o Reino de Deus. Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Descendo-o da cruz, envolveu-o num lençol.
Leitor 2:
José de Arimateia teve a coragem e a ousadia de discordar daqueles que te condenaram. Não conseguiu impedir a vossa morte, mas preparou tudo para uma sepultura digna. No colo de vossa mãe, repousou por instantes o vosso corpo já sem vida. No silêncio, Maria lavava com suas lágrimas, vosso rosto ensanguentado. José de Arimateia, que em silêncio esperava o reino de Deus, envolveu-vos num lençol.
Os verdadeiros amigos revelam-se nos momentos difíceis, quando já não há nada para retribuir. Estamos entre aqueles que ainda têm esperança, entre aqueles que não se resignam a pensar que a injustiça é inevitável, entre aqueles que acreditam que o bem vencerá o mal.
Presidente:
A nós que esperamos o vosso reino dai-nos a coragem de discordar das decisões que destroem a vida e o planeta, das decisões que favorecem as injustiças e aumentam as desigualdades. Que tenhamos um colo e um lençol para os que choram as amarguras da vida.
Todos:
Santa Mãe, isto te peço: no meu peito fique impresso o amor do Redentor
Cântico:
Em Vós, Senhor, eu pus a minha esp’rança:
Sois o meu Deus, toda a minha vida está nas vossas mãos.
Em Vós, Senhor me refugio, / Não serei confundido.
14ª Estação: Jesus é colocado no sepulcro
– Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus….
– Que pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Leitor 1:
Do Evangelho de São João: «Tomaram então o corpo de Jesus e envolveram-no em panos de linho com os perfumes, segundo o costume dos judeus. No sítio em que Ele tinha sido crucificado havia um horto e, no horto, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. Como para os judeus era o dia da Preparação da Páscoa e o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus»
Leitor 2:
O silêncio da morte é o lugar onde a esperança se acende. Deus está presente mesmo quando tudo parece perdido. É necessário passar pela experiência do nada, para se poder receber o TUDO que Deus oferece. Com efeito, a esperança nasce do amor e funda-se no amor que brota do Coração de Jesus trespassado na cruz: E a sua vida manifesta-se na nossa vida de fé, que começa com o Batismo, desenvolve-se na docilidade à graça de Deus e é por isso animada pela esperança, sempre renovada e tornada inabalável pela ação do Espírito Santo.
Presidente:
Senhor, ensinai-me a esperar. Não permitais que a minha esperança se reduza ao espaço do já conhecido da minha experiência, mas fazei que se abra, pela fé e confiança, às dimensões infinitas da vossa Ressurreição.
Todos:
Santa Mãe, isto te peço: no meu peito fique impresso o amor do Redentor
Cântico:
Em Vós, Senhor, eu pus a minha esp’rança:
Sois o meu Deus, toda a minha vida está nas vossas mãos.
Nas vossas mãos entrego o meu espírito: / Vós me libertareis.
15ª Estação: Jesus sai vitorioso do sepulcro
– Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Jesus….
– Que pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Leitor 1:
Do Evangelho de São João: «No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo logo de manhã, ainda escuro, e viu retirada a pedra que o tapava. Correndo, foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, o que Jesus amava, e disse-lhes: “O Senhor foi levado do túmulo e não sabemos onde o puseram”. Pedro entrou no túmulo e ficou admirado ao ver os panos de linho espalmados no chão, entrou também o outro discípulo, o que tinha chegado primeiro ao túmulo. Viu e começou a crer».
Leitor 2:
No testemunho de João e de Pedro, a Igreja iniciou há dois mil anos o caminho da Fé que nos une na comunhão dos santos. A esperança cristã não engana nem desilude, porque está fundada na certeza de que nada e ninguém poderá jamais separar-nos do amor divino. Por isso mesmo esta esperança não cede nas dificuldades: funda-se na fé e é alimentada pela caridade, permitindo assim avançar na vida.
Presidente:
Senhor, Jesus, que pela força do vosso amor vencestes a morte, concedei-nos abraçar com fé a cruz da nossa vida e de participar, através dela, no dom do vosso amor por todos, todos, todos. Fortalecei a nossa fé, de modo que vivamos em cada momento animados pela certeza e pela força da vossa Ressurreição.
Em união com o Papa Leão XIV, rezemos, por toda a Igreja
Todos:
Santa Mãe, isto te peço: no meu peito fique impresso o amor do Redentor
Cântico:
1. Na sua dor os homens encontraram / Uma pura semente de alegria,
O segredo da vida e da esperança: / Ressuscitou o Senhor Jesus!
Ressuscitou, ressuscitou, ressuscitou, aleluia!
Ressuscitou, ressuscitou, ressuscitou, aleluia!
2. Já ninguém viverá sem luz da fé, / Já ninguém morrerá sem esperança;
O que crê em Jesus venceu a morte: / Ressuscitou o Senhor Jesus!