Neste grupo de muitos milhares de pessoas, entram todos aqueles de quem se foi perdendo o contacto, mas também os sequestrados, os mortos cuja morte nunca foi comprovada e as vítimas de tráfico humano que cairam em alguma rede de exploração, levando as suas famílias a uma situação de desespero pior que o da certeza da morte.
Este é um mundo complexo e triste de falência e de sofrimento. Procuram-se vivos, mas sabemos que podem estar mortos, que quase de certeza estão mortos. Procuram-se corpos, mas o que nos resta e o que encontraremos serão muitas vezes relatos de terceiras pessoas; procura-se fechar feridas abertas e teremos que guardar em segredo, ou contar pela calada, aquilo que se foi descobrindo; procura-se justiça e o que se encontrará é, tantas vezes, a arrogância e a impunidade de quem se sabe mais forte do que a lei; procura-se autoridades que se responsabilizem e sejam a garantia dos direitos dos cidadãos pequenos e débeis e o que encontraremos é muitas vezes a sua ausência e perversão nas suas funções. Uma espera sem fim que só termina com o encontro de quem se procura às vezes vivo, quase sempre morto. Uma espera sem fim, pois se para quem está desesperado o pouco tempo já é muito, muito pior é ver passar o tempo sem notícias nem resultados.
Mas neste meio obscuro e de sofrimento que envolve milhares de pessoas desaparecidas também há lugar para um raio de luz e de vida que é a acção directa das famílias e da sociedade civil procurando encontrar os desaparecidos, vivos ou mortos.
Uma ligeira procura na internet, que pode começar por “buscadores en un pais de desaparecidos – pie de pagina”, e continuar por “ciencia forense ciudadana-AC”, “ los otros desaparecidos” e “ las rastreadoras”… faz-nos entrar numa rede de contactos e experiências de quem mudou de vida e se tornou buscador superando a paralisia em que o medo, o isolamento e a ignorância nos costumam manter.
Daqui emergem também certezas novas e velhas, como as do escriba da parábola: a certeza de que preocupando-nos com os problemas dos outros acabamos por encontrar solução também para os nossos; a certeza de que a união faz a força e de que somos capazes de muito mais do que pode parecer ao começar o caminho. A certeza de que só há Justiça e Paz quando superamos o nosso comodismo, individualismo e o medo; e, efectivamente, nos arriscamos e comprometemos.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados.
Ao tomar conhecimento de que o Pe. João David Coelho , está no nº dos desaparecidos no México,quero garantir a minha oração para que nenhum mal lhe façam e que ele possa ser resgatado e regressar à sua Família Espiritana e visitar os seus.
Expresso aos amigos e muito estimados Padres Espiritanos a minha união de orações por esta intenção, bem como os meus profundos sentimentos pela partida para o Pai, do Pe. Manuel Durães Barbosa, para o qual peço a Deus que esteja na Sua Plena Paz!
Depois de ler melhor, dou-me conta de que o Pe.João David Coelho, é o autor do artigo que fala dos desaparecidos,mas ele não está desaparecido.Certo? Agradeço que me tranquilizem, logo que possivel, para o meu mail,por favor.
Certo. O P. João David é o autor do artigo e não está desaparecido. Fique descansada.