25º Domingo do Tempo Comum
Definido, no passado domingo, o perfil de quem quiser ser seu discípulo, hoje Cristo é-nos apresentado como o Mestre que, rodeado pelos seus seguidores, percorre os caminhos da sua Galileia, formando-os não a partir de teorias, mas a partir da vida.
Feita a seleção do grupo de apóstolos, Jesus retoma imediatamente o tema que tanto tinha escandalizado Pedro: “o Filho do homem vai ser entregue, mas, de pois de morto, ressuscitará”. Por sua vez, os discípulos continuam em ‘onda’ diferente: “tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior”! Começa aqui o longo caminho que os Apóstolos e demais discípulos vão percorrer para encurtarem a distância em relação ao seu Mestre.
Este é o percurso que Jesus propõe a todos os seus discípulos, seja qual for a época, a cultura ou a latitude em que vivam ou venham a viver: “quem quiser ser o primeiro terá de ser o último de todos e o servo de todos”! E para nenhum de nós ele deixa de ser tão exigente e tão difícil como o foi para Pedro e seus companheiros.
Por sua vez. S. Tiago ajuda-nos a racionalizar esta exigência, mostrando como de um coração, devorado pela cobiça e pela inveja, só pode brotar a guerra. Por isso, vale a pena procurar a “sabedoria que vem do alto”, pois ela é “pura, pacífica, compreensiva e generosa, cheia de misericórdia, imparcial e sem hipocrisia” e só ela contém os ingredientes com que se pode fabricar a paz. O texto evangélico de hoje, com a pergunta de Jesus ‘que discutíeis no caminho?’, reencaminha-nos para o interior de nós mesmos, pois também nós não estamos imunes, nem vacinados contra as investidas do orgulho, da vaidade, da ambição desmedida e da inveja.
O autor do Livro da Sabedoria recorda-nos que desta ‘oposição’ só pode resultar a incompreensão e a perseguição àqueles cuja vida ‘justa’ é uma contínua censura a quantos continuam a percorrer os caminhos da sabedoria ‘cá de baixo’.
E, por aqui, se faz novamente o retorno ao Mestre, o ‘justo por excelência’, a quem o mundo deu a morte mais infame, mas que, “três dias depois de morto”, ressuscitou.
Nós temos a graça de, diante de nós, estarem aqueles que já completaram este percurso: antes de mais, Jesus e, depois, os Apóstolos e o cortejo inumerável dos Santos de todas as categorias, lugares e tempos, que aprenderam bem a lição. Porquê, então, a nossa demora e indecisão em nos inscrevermos nesta ‘escola’ de Jesus?