3º Domingo do Advento
Porque está organizado à semelhança da Quaresma, também no Advento o 3º domingo é consagrado à alegria. “Clama jubilosamente”, “solta brados de alegria”, “exulta e rejubila de todo o coração”, “alegrai-vos sempre no Senhor” – são expressões através das quais repetidamente o Senhor nos convida à verdadeira alegria.
Mas, a associação da figura – austera – de João Baptista e dos seus convites bem concretos à penitência e à conversão a estes convites à alegria é que pode parecer estranha.
É que a alegria cristã não se mede pelo barulho e ruído que provoca, nem pela quantidade de prendas, recebidas ou a receber, mas pela certeza que nos leva a encarar com serenidade os desafios da vida, a sermos bondosos para com todos e a desfrutarmos da paz de Deus, “que está acima de toda a inteligência”.
Na verdade, este é que é o caminho para a alegria verdadeira: aos caminhos da fama, do sucesso, do bem-estar, do possuir muito e do gozar mais, apontados pelo mundo para se a alcançar, a Palavra de Deus contrapõe a alegria cristã, baseada na paz de Deus e na certeza da sua presença salvadora no meio de nós.
O contexto natalício em que vivemos, já é caracterizado por um ambiente de luzes, de música e de harmonia. Mas é muito mais o que o Natal cristão nos oferece. Só que o caminho para lá chegar é o proposto por João Baptista: endireitar os caminhos da nossa vida e ir ao encontro dos outros e partilhar com eles o que somos e temos.
E o destaque dado no texto evangélico aos publicanos e militares – classes sociais então desprezadas pela sua conotação com a potência opressora – garante-nos que os destinatários desta paz de Deus e da alegria que dela brota são todos os humanos, sejam quais forem as suas circunstâncias e situações.
Estão assim abertas para todos as “fontes da salvação” e da alegria, onde todos podem beber e tirar “água com alegria” e em abundância. Porquê, então, morrermos de sede ou contentarmo-nos com as águas estagnadas e poluídas da alegria oca e passageira que o mundo nos oferece?