11º Domingo do Tempo Comum
No passado domingo, Jesus apresentava-se como mais forte que o demónio – símbolo do mal, do pecado e da morte -, proclamando assim o triunfo do Reino de Deus, isto é, da sua proposta de realização e de felicidade para todo aquele e aquela que, pela aceitação e cumprimento da vontade de Deus, se torna seu irmão, sua irmã e sua mãe.
Hoje vem dizer-nos isso mesmo através do profeta Ezequiel, que se dirigia a um povo desalentado e desiludido por se sentir abandonado por Deus no inferno de um exílio que nunca mais acabava, afirmando: a árvore que o próprio Deus vai plantar será criteriosamente escolhida e tornar-se-á mais frondosa e maior que os cedros das babilónias e dos líbanos de qualquer tempo e lugar!
Mas a questão está também e – diria, sobretudo – na forma como esse triunfo vai acontecer. Recorrendo às parábolas da semente e do fermento, Jesus diz-nos que o seu triunfo não acontecerá da forma imediata e retumbante que todos desejamos, mas, pelo contrário, de uma forma lenta e quase impercetível, mas também progressiva e irresistível, a exigir, por isso, da nossa parte confiança e perseverança.
Se já não é fácil para nós começar esta viagem, muito mais difícil será recomeçar as vezes que forem precisas! Já o salmista, perante o sucesso dos ímpios, desabafava: “quando se abalam os fundamentos, que pode ainda o justo esperar?” (Salmo 11). E a resposta chega-nos através do Salmo 91: é o justo que “florescerá como a palmeira”; é só aquele que trilha caminhos de fidelidade e de perseverança que prosperará mais que “o cedro do Líbano”!
Valha-nos o exemplo de S. Paulo, que exclamava: “Nós estamos sempre cheios de confiança e nos empenhamos em ser-Lhe agradáveis, quer continuemos a habitar no corpo, quer tenhamos de sair dele, pois todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que receba cada qual o que tiver merecido, enquanto esteve no corpo, quer o bem, quer o mal”.
Embora não seja esta a melodia mais agradável também para os nossos ouvidos, os nossos gostos e inclinações, esta é a verdadeira música pela qual devemos acertar o passo e o ritmo da nossa vida, pois tudo o resto são cantigas que o vento leva, dado que só “quem perseverar até ao fim será salvo!” (Mat. 24,13)