14º Domingo do Tempo Comum
Num tempo em que se idolatram os mais fortes e poderosos, em que a prepotência é o argumento com que se fazem calar os mais fracos e a razão da força prevalece sobre a força da razão, a Palavra do Senhor deste dia faz a apologia da simplicidade, da brandura, da força do espírito, da força revolucionária do amor! Neste domingo exalta-se a omnipotência da fragilidade e do amor! Foi montado num jumentinho que Jesus Cristo enfrentou os “carros de combate e os cavalos de guerra” dos romanos. Também Gandhi intuiu muito bem a força irresistível da ‘não-violência’ e com ela conseguiu a independência para o seu país.
O Senhor diz-nos hoje que a verdadeira felicidade não assenta em critérios de fama, de riqueza ou de poder, mas na força, serena, humilde e pacífica, que nos vem da certeza de sermos amados por Deus, por um Deus que se apresenta “montado num jumentinho”, cuja omnipotência é a força de um amor infinitamente misericordioso para acolher todos os que se sentem “cansados e oprimidos”.
Com quem poderá contar o Espírito de Deus para dar a volta a esta “cultura do descartável”, a este mundo cada vez mais violento e, por isso, cada vez menos habitável, porque inseguro, sem paz, sem segurança, sem tranquilidade? Seremos nós, cristãos, capazes de recorrer a esta ‘arma’ para resolvermos os nossos problemas e para ajudarmos o nosso País e este nosso mundo a encontrar a solução autêntica para os seus problemas de violência, de injustiça e de guerra?
Seguramente, não o conseguiremos sem nos tornarmos alunos assíduos e atentos da escola de Jesus, “manso e humilde de coração”. De facto, nas prateleiras do consumo hodierno a mansidão, a simplicidade e a humildade, são produtos que não se encontram e se, porventura existissem, teriam o seu prazo de validade expirado por não serem procurados! Existirão, ao menos, em nossas casas? Contam-se eles entre os valores que procuramos transmitir às novas gerações?