O P. Agostinho Ribeiro Loureiro, filho de Domingos Lopes Loureiro e de Antónia Fernandes Ribeiro, nasceu em Areias de Vilar-Barcelos, diocese de Braga, no dia 11 de novembro de 1937.
No dia 1 de outubro de 1949, como candidato à vida missionária, entrou no seminário de Godim – Régua, seguindo o percurso normal dos estudos, nos seminários do Fraião, Silva, onde Professou em 1958, e Torre d’Aguilha – São Domingos de Rana, onde foi ordenado sacerdote no dia 3 de novembro de 1963.
Em Angola, onde chegou em 1964, e nomeado para a diocese de Nova Lisboa (Huambo), deixou bem viva a sua presença, durante os 56 anos (1964-2020) de dedicação missionária.
Na sua caminhada sacerdotal, ao serviço do próximo em tempo de paz e de guerra, vemo-lo sempre ativo nas tarefas a ele cofiadas: professor no seminário do Quipeio, pároco da Sé de Nova Lisboa (Huambo), diretor da Missão do Sambo, Vale do Queve, Chinguar, Centro da Tchiva e ecónomo da diocese do Huambo. Em cada Missão, a visita às catequeses, construção da residência e melhoria das capelas, faziam parte da sua agenda de cada dia.
Em 1969 é chamado para Capelão Militar e enviado para Moçambique onde, além da assistência aos militares, colaborou com os padres Franciscanos, em Porto Amélia, Vila Peri e Manica.
Em 1972 voltou a Angola, para a diocese que deixara antes. Entretanto, veio a independência e a guerra civil.
De 1991 a 2020 assumiu o trabalho missionário na Missão Católica do Chinguar. No meio do medo, incertezas, estilhaços, mortes e pilhagens (até os sapatos lhe roubaram), não abandonou o seu povo que alentava com a palavra, sorriso, testemunho, oração e trabalho.
Quando a paz voltou a Angola e as feridas nas pessoas, na terra e nos edifícios, causadas pela metralha, foram cuidadas, o P. Agostinho Loureiro pôde vir várias vezes à sua terra natal, para visitar a família, os confrades, celebrar as suas Bodas de Ouro Sacerdotais, o que aconteceu em 2013, e comprar o que mais necessitava para prosseguir o seu dia a dia, na Missão e nas aldeias.
A área da Missão do Chuinguar, continuava demasiado extensa, dificultando a proximidade e o trabalho de evangelização. Assim, o P. Agostinho Loureiro, de acordo com o Sr. Bispo do Bié, decidiu criar uma nova Missão, a Missão Católica do Imaculado Coração de Maria do Kangoti, inaugurada em 2012. Agradecendo o apoio de muitos colaboradores, escreve: “Não vos digo que esta tarefa foi fácil devido à falta de materiais de construção e vias de comunicação… Na inauguração da Missão era visível a alegria no rosto dos cristãos que agora têm o missionário mais perto de si. Já não precisam de fazer 70 ou 60 km para irem à Missão. Neste tempo de transformação e desenvolvimento, vai-nos ser possível dar melhor acompanhamento e assistência às nossas comunidades cristãs que cada vez são mais exigentes”.
Em 2020, por motivos de saúde, deixou a Missão do Chinguar para ser acolhido no seminário do Fraião-Lar Anima Una.
Após cinco meses de doença, de junho a novembro, Deus chamou-o a Si, na madrugada do dia 2 de novembro. Tinha 83 anos de idade, 62 de Profissão Religiosa e 57 de sacerdócio.
Celebrada a Eucaristia de “corpo presente” ma capela do seminário do Fraião, no dia 3 de novembro às 9.30h., o féretro seguiu para Areias de Vilar-Barcelos onde foi realizado o funeral e enterramento no cemitério local, em tempo de confinamento e Covid-19.
O nosso agradecimento à comunidade do Fraião e ao Lar Anima Una, pelo desvelo e carinho que dispensaram ao nosso P. Agostinho Loureiro.
A Deus Pai, Senhor da vida e da morte, entregamos a vida deste Seu servo bom e fiel, P. Agostinho.