Domingo de Ramos
Mesmo nas circunstâncias especialíssimas que estamos vivendo, nas quais cada dia aparece como mera repetição dia anterior, somos convidados a viver de forma diferente esta semana, designada como “Semana Santa”, “Semana Maior”. Não é apenas mais uma semana, mas é A SEMANA, pois nela recordamos aqueles acontecimentos que transformaram o tempo de mera sucessão cronológica em realidade kairológica e o rumo da História ficou definitivamente marcado com a Ressurreição de Cristo.
Trata-se de uma semana de sentido único: JESUS CRISTO!
É Ele que nos convida a acompanhá-l’O na sua entrada triunfal em Jerusalém, mas sabendo que essa marcha só termina no palácio do calvário e no trono da cruz.
É Ele que nos convida para o seu banquete, em que se faz “pão repartido para a vida do mundo”, para nós O imitarmos na atitude de serviço aos irmãos.
É Ele que faz seu os nossos gritos “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?”, para que, com Ele, também nós nos abandonemos a Deus: “nas vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito”.
É do seu lado, aberto pela lança do soldado, que jorram para nós os rios da água viva.
É Ele que, descendo ao túmulo, vem trazer luz e vida aos nossos vazios e silêncios insuportáveis, para fazermos dos nossos caminhos de sofrimento e dor caminhos de ressurreição.
É agora que melhor poderemos compreender o ‘silêncio de Deus’ perante a presente pandemia: o que tem a dizer-nos, já o disse através da sua paixão-morte-ressurreição! Vamos tentar escutá-l’O durante esta semana.
