13º Domingo do Tempo Comum
Liberdade e vocação são binómio que hoje se tornou ainda mais difícil de conjugar! Com efeito, em nome da liberdade, reclamamos uma autonomia cada vez mais absoluta, pretendemos não depender de ninguém, sermos nós próprios a decidir do nosso presente e do nosso futuro e, hoje com a lei da eutanásia, até sobre o momento e a forma de pôr fim à nossa vida.
Só que, este pressuposto não tem fundamento, pois não fomos nós que decidimos nascer, não fomos nós que escolhemos o tempo e o lugar para nascer, não fomos nós que encomendamos a nossa própria personalidade, nem somos nós que decidimos de grande parte dos cenários em que a nossa vida vai decorrendo.
Por isso, a verdadeira liberdade é outra coisa. S. Paulo diz-nos que ela é dom – “foi para a verdadeira liberdade que Cristo vos libertou” – e tarefa – “não torneis a sujeitar-vos ao jugo da servidão”. João Paulo II, por sua vez, definiu-a como a capacidade para fazer não o que gosto ou bem me apetece, mas o que devo.
Na verdade, a nossa condição humana é a de chamados à vida e à liberdade. E, porque prefiro ser um projeto pensado por alguém a ser filho do acaso, então reconheço e aceito esta minha condição de chamado e faço-o com tanta mais alegria quanto sei que foi o Pai do Céu que me chamou à vida e à liberdade, para poder aderir amorosamente ao seu projeto e não ficar dependente dos meus caprichos.
Com efeito, só nas asas da verdadeira liberdade é que nós podemos voar para as alturas da vocação e do serviço aos outros. Tudo o resto, por mais saboroso, brilhante e atraente que seja, não passa de pura sujeição aos mais mesquinhos apetites da carne. Mesmo que arvorados e apregoados como a máxima realização e a máxima felicidade, eles não passam de mero rastejar, são incapazes de nos elevar à beleza das alturas da verdadeira liberdade.
Por isso, num tempo em que reina o império dos sentidos, isto é, dos caprichos, não é difícil concluir o quão importante e, ao mesmo tempo, difícil se torna para todos nós crescer e educar para a verdadeira liberdade! Mas este é o maior desafio – e que importa mesmo vencer! – para concretizarmos o projeto maravilhoso que Deus tem sobre cada uma e cada um de nós!
Maria é o modelo da mulher verdadeiramente livre, que amorosamente abdica dos seus projetos para abraçar a proposta que Deus, através do Anjo, lhe faz.