A Ginkgo biloba é a planta-símbolo escolhida para marcar este jubileu. É vida que se transforma e evolui como a Congregação. Trata-se de uma árvore, considerada um fóssil vivo, pois tem resistido ao longo de milhões de anos de história da Vida na Terra (existia já no tempo dos dinossauros), sendo por isso um símbolo de longevidade, que esperamos também para os Espiritanos. É, também, o ícone botânico da paz, por ter sobrevivido às explosões atómicas no Japão.
No jardim da Estrela, em Lisboa, bem próximo da casa mais antiga dos espiritanos em Portugal (na Rua de Santo Amaro à Estrela, desde 1905), existem, pelo menos, três belos exemplares desta árvore.
1. Classificação
Reino: Plantas
Sub-Reino: Plantas Vasculares
Superdivisão: Espermatófitas (Plantas com sementes)
Divisão: Ginkgophyta
Classe: Ginkgoopsida
Ordem: Ginkgoales
Família: Ginkgoaceae
Género: Ginkgo
Espécie: Ginkgo biloba L., 1771
2. Nome
O nome científico da espécie Ginkgo biloba tem origem chinesa, tal como a planta. A palavra ginkgo tem origem no termo chinês ginkyo que significa damasco prateado (gin – prata, kyo – damasco) e a palavra biloba vem do recorte da folha, do seu formato bilobado. Esta espécie tem, entre outros, os seguintes nomes comuns: nogueira-do-Japão, árvore-dos-templos e árvore-avenca.
3. Descrição
Copa: Árvores de copa irregular ou cónica, de crescimento lento, mas podendo atingir cerca 30 metros de altura. A ramificação é aberta, divergente.
Tronco: Tronco bastante suberoso, castanho-acinzentado, liso quando jovem e com a idade vai ficando rugoso.
Folhas: É uma árvore de folhagem caduca. As folhas, atingindo 12×10 cm, têm a forma inconfundível de um leque e, por vezes, são divididas em dois lobos, bilobadas. São verdes de um tom claro no Verão e, no Outono, adquirem uma vistosa coloração amarelo, quase dourado. Quando começam a cair, formam grandes e belos tapetes de folhas douradas.
Flores: Ginkgo biloba é uma espécie dióica, ou seja, existem árvores masculinas e árvores femininas. As flores masculinas surgem em amentilhos, de 6 a 8 cm de comprimento, compactos amarelados, na extremidade de pequenos raminhos. As flores femininas, também amareladas, têm a forma de pequenas bolsas, na extremidade de um pedículo com cerca de 5 cm. A floração ocorre, usualmente, em abril.
Frutos: De forma globosa, medindo entre 2,5 e 3 cm, são frutos carnudos, lisos, com uma só semente, e com uma pruína acinzentada. A pruína é um revestimento formado por cera em forma de pó muito ténue, que cobre o fruto, conferindo-lhe um tom glauco. Frutificação, só nas árvores femininas, em outubro.
4. Curiosidades
- Ginkgo biloba é considerada um fóssil vivo, pois existia já no tempo dos dinossauros, há cerca de 200 milhões de anos, sendo a única espécie ainda viva representante da Ordem Ginkgoales. Todas as outras espécies estão já extintas, sendo, por isso, considerada um símbolo da longevidade. Uma verdadeira relíquia de jardim.
- A sua madeira, de cor branca, é leve e de boa qualidade, sendo utilizada no Japão e na China, em marcenaria, para fabricar, por exemplo, tabuleiros de xadrez e outros jogos. Contudo, a sua principal aplicação é como planta ornamental ou medicinal.
- As suas folhas possuem propriedades medicinais, sendo utilizadas para melhorar as funções cognitivas, ou seja, a memória, a atenção e a aprendizagem. São também usadas para melhorar a circulação sanguínea. As folhas possuem um grande poder antioxidante, combatendo a formação de radicais livres, aumentando a resistência do corpo contra diversas doenças, promovendo, por isso, a longevidade.
- A infusão das sementes, para além do uso medicinal, como antibacteriano e antifúngico, é utilizada como inseticida.
- Os frutos, quando maduros, têm um cheiro desagradável, a manteiga rançosa, devido à presença de ácido butírico.
- Ginkgo biloba possui delicadeza e beleza, mas é resistente à poluição e à radioatividade, pois sobreviveu ao bombardeamento atómico de Hiroxima, sendo, por isso, considerada um símbolo botânico de paz e de esperança.
- O amarelo quase dourado – que é a cor das folhas da Ginkgo biloba na altura do outono, estação do ano em que se deu a fundação da Província Portuguesa – significa um dourado desejado mas ainda limitado pelo verde da humanidade ainda em processo de redenção.
Ernestina Falcão