Private Life, agora disponível no Netflix, é apenas o terceiro filme da realizadora Tamara Jenkin, norte-americana numa carreira de mais de 25 anos, cujas temáticas passam pela demência e infertilidade.
É uma comédia dramática, que não tem pressa de chegar a lado nenhum, e é inspirada pela sua vida pessoal.
Kathryn Hahn e Paul Giamatti representam um casal nova-iorquino infértil, a tentar ter um filho depois dos 40 anos, seja por fertilização in vitro ou adopção. São os dois dados às artes – ele, um encenador e gerente de uma marca de pickles, ela é escritora –, e adiaram ter filhos para cuidarem das suas carreiras. Kayli Carter é uma jovem possível dadora de óvulos, que é da familia. Quando as questões éticas entram, ganham espaço as dúvidas e conflitos.
A procrastinação consciente ou inconsciente da maternidade e paternidade não se compadece com a biologia. Tudo tem um tempo. A obsessão e determinação provoca sofrimento e impossibilidade de viver e acrescentar vida em tantos âmbitos. Afinal é pela amplitude daquilo que vemos, sentimos que podemos fazer caminhos de descoberta e liberdade.