Todos os anos temos encontro marcado com ele a 11 de novembro. Se não for pela liturgia, há de ser pelos provérbios. “No dia de S. Martinho, mata o teu porco e prova o teu vinho”; “Se o inverno não erra caminho, temo-lo pelo S. Martinho”; “No dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho” e outros adágios de que certamente vos lembrais. Mas deixemos os porcos, as castanhas e o vinho para outra ocasião e fiquemo-nos pela liturgia, lugar mais certo para encontrar o santo.
A sua vida é conhecida e longa: nasceu em 316 em território da atual Hungria, os pais eram pagãos mas ele frequentou a catequese ainda criança, embora o batismo só o tenha recebido aos 22 anos. Depois de alguns anos como militar no exército romano, tornou-se monge na Gália, depois na sua terra, Panónia, depois numa ilha no mar Tirreno, junto à Itália. Em França fundou em Ligugé o mosteiro mais antigo do país, notável pela ação evangelizadora, depois foi escolhido para Bispo de Tours, onde permaneceu 25 anos, até que em 397 descansou, sendo sepultado a 11 de novembro.
Da muita vida e santidade de São Martinho, lembremos apenas dois episódios. Um, quando ele, ainda soldado, encontrou um mendigo tiritando de frio. Reza a história e mostra a iconografia que Martinho cortou metade do seu manto com a espada e ofereceu-o ao pobre, e nessa noite Jesus apareceu-lhe num sonho sorridente e envolto nesse mesmo manto. Outro, quando o Demónio, para tentar São Martinho, lhe apareceu disfarçado de Cristo, mas o santo perguntou-lhe: ‘onde estão as tuas chagas?’, e assim percebeu o engano.
Todos os anos temos encontro marcado com ele a 11 de novembro, para nos lembrar que não há cristianismo sem caridade nem fé cristã sem o reconhecimento das chagas de Cristo.
Todos os anos temos encontro marcado com ele a 11 de novembro, para nos lembrar que não há cristianismo sem caridade nem fé cristã sem o reconhecimento das chagas de Cristo.
“Crónica” é uma rubrica mensal do jornal “Ação Missionária“, pelo P. Aristides Neiva