Também nós, no cimo deste sicómoro como Zaqueu (Lc 19,1-10), esperamos o Teu olhar compadecido para descer, porque não fomos feitos para a exclusão, mas para a alegria da partilha.
Também nós, amarrados neste lugar como o jumentinho de Jerusalém (Mc 11,1-10), esperamos a Tua ordem para te levarmos às multidões, porque não fomos feitos para o estacionamento, mas para a estrada.
Também nós, tolhidos pela febre como a sogra de Pedro (Mc 1,29-31), esperamos a Tua cura para deixarmos os nossos aposentos, porque não fomos feitos para o isolamento, mas para o serviço.
Também nós, paralisados como o doente na piscina de Betzatá (Jo 5,2ss), esperamos a Tua palavra para andarmos, porque não fomos feitos para esperas longas, mas para a missão.
Também nós, fechados em casa pelos receios nossos e alheios como os discípulos (Jo 20, 19-23), esperamos que venhas e nos envies de novo, porque não fomos feitos para o medo, mas para a aventura.
Também nós, limitados nos nossos espaços como a candeia debaixo do alqueire (Mt 5,14-16), esperamos que nos libertes para o Teu horizonte, porque não fomos feitos para nós, mas para Ti.
Também nós, adormecidos como a filha de Jairo (Mc 5,22-43), esperamos a Tua mão que nos levante, porque não fomos feitos para o sono, mas para a ação.
Também nós, entretidos a lavar as redes como Simão (Lc 5, 1-11), esperamos o Teu convite para nos fazermos ao largo, porque não fomos feitos para a praia, mas para o mar.
Também nós, afastados pelos desatinos como o filho pródigo (Lc 15,11-32), esperamos o Teu perdão, porque não fomos feitos para a distância, mas para o abraço.
Também nós, amedrontados nos nossos pequenos barcos como os discípulos (Mt 8, 23-27), esperamos o Teu poder sobre a tempestade, porque não fomos feitos para o naufrágio, mas para a travessia.
Também nós, fechados na nossa finitude como Lázaro (Jo 11,38-44), esperamos o Teu grito de libertação, porque não fomos feitos para a nossa morte, mas para a Tua Vida.
Também nós, fechados na nossa finitude como Lázaro (Jo 11,38-44), esperamos o Teu grito de libertação, porque não fomos feitos para a nossa morte, mas para a Tua Vida.
“Crónica” é uma rubrica mensal do jornal “Ação Missionária“, pelo P. Aristides Neiva