El fotógrafo de Mauthausen é um filme espanhol assente nos acontecimentos ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial. O mundo das atrocidades nazis é documentado pelas fotografias, como registo direto, que acabaram por ficar como testemunho inequívoco das ocorrências.
Por um lado, o filme retrata a crueldade, o sofrimento e a capacidade de superação humana, e, nesse sentido, pode-se dizer que se debruça sobre as dinâmicas desenvolvidas entre as vítimas e os seus violentadores. Por outro lado, o filme parece querer lembrar que as fotografias sempre expõem as intenções e a perspetiva pessoal do fotógrafo que as produz. São como o congelar de um momento, um olhar recortado.
Constata-se uma dualidade: a alternância entre os fotógrafos, entre o dominador e o dominado, numa duplicidade construtiva, pois estabelece uma contraposição equilibrada entre o heroísmo e a determinação do prisoneiro Francesc Boix e o voyeurismo e a covardia de Paul Ricken, um comandante nazi fascinado com a decrépita condição humana a que os prisioneiros estavam sujeitos.
Afinal, como há muito diziam os orientais, “uma imagem vale por mil palavras”