“Eu sou missão” é o tema escolhido para as Jornadas Missionárias de 15-16 de Setembro em Fátima. O tema enquadra-se na caminhada que os Jovens, e com eles toda a Igreja, estão a realizar rumo ao Sínodo de Outubro “Os Jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
A ideia quis envolver todos os jovens numa caminhada ao longo de três momentos de ação: Domingo de Ramos – Dia mundial da Juventude (abril), Voluntariado Missionário em tempo de férias (julho/agosto) e as Jornadas Missionárias (setembro). Três momentos em que quisemos reafirmar com o Papa Francisco: “Eu sou uma missão nesta terra e por isso estou no mundo”.
A partir do primeiro encontro de preparação para estas Jornadas Missionárias, entrámos num diálogo que, certamente, vai permitir a transformação. O nosso tempo é tempo de renascer, de florescer e de gerar esperança porque sabemos que há alternativas à indiferença, ao desencanto e ao “sofá”. Basta implicar-nos nos processos que agilizem a nossa disponibilidade para o anúncio do Evangelho.
É verdade que nos processos de missão fascinam-nos os acontecimentos vistosos e apreciamos menos os silêncios, esses que nos chegam sem ruido, sem espetáculo, como o fermento na massa (cf. Lc 13,20-21) ou o germinar da semente (cf. Mc 4,26-27), mas são esses que mudam o nosso modo de perceber, de pensar e de agir. Deus esconde-se no pequeno para transformar o grande. É Ele quem nos lança na alegria da missão de “estar enamorados” e nos leva a lançar-nos nos Seus braços, numa relação onde se quebram todas as regras e todos os protocolos de uma alma e de uma vida que se sente sedenta de um contacto real sem se importar se a lógica que anima a sua oração é quietude ou missão.
Ser missão é deixar predominar o ritmo da familiaridade, esse tu a tu, esse coração a coração, esse ser pontes e fazer pontes. É deixar quer todos os sentidos envolvam na singular cena de um encontro, não com uma ideia, mas com uma Pessoa Jesus Cristo, como transparência bela do ser missão.
Nestas Jornadas procuramos sair do eu e ir ao nós, da simples relação à partilha, da autorreferencialidade à alteridade. Fomentar a procura, o sentido e o encontro, a empatia e não entorpecer o diálogo. Que fluam as perguntas e as respostas. Ser livres e responsáveis nas conexões e desconexões, nos encontros e desencontros. Integrar as diferenças de todo o tipo. Fazer resplandecer a maturidade e a simplicidade.
Queremos ser missão, escutando o que o Espírito nos diz a todos aqui e agora, discernindo os sinais dos tempos, anunciando com valentia Jesus Cristo vivo no meio de nós. Tudo isto requer sagacidade, audácia e métodos criativos para não nos perdermos nos meios e conseguirmos o nosso objetivo: anunciar com a vida e com as obras o Reino de Deus.
O ser missão faz de nós buscadores e testemunhas do essencial.
P. António Lopes, svd – Diretor Nacional das OMP