Io Capitano narra a odisseia de um jovem senegalês de Dakar em busca de uma vida melhor.
Seydou e Moussa (Seydou Sarr e Moustapha Fall, respetivamente) são dois primos senegaleses que resolvem deixar a família em Dacar e tentar a sorte na Europa, atravessando o deserto do Sara e o Mediterrâneo em direção à Sicília (Itália). Planeiam em segredo, sabem que a mãe e a família não iriam concordar. Enquanto estudam, vão trabalhando e guardando o dinheiro, usando como cofre um pano e terra. Um dia depois de contactarem redes de tráfico humano que vendem o “el dourado”, partem de noite. Os obstáculos que encontram na viagem, a começar no deserto, os horrores dos campos de prisioneiros líbios e os perigos que enfrentam no mar são marcantes. E, se no início os dois rapazes eram movidos pela esperança numa vida melhor, depressa o seu percurso transforma-se num pesadelo dominado pelo arrependimento e pela luta pela sobrevivência. Um drama comovente sobre um dos grandes problemas da atualidade, a crise dos imigrantes vindos de África, que mostra as dificuldades e (não poucas vezes) a crueldade a que são sujeitas as pessoas que tentam escapar à pobreza ou às guerras dos seus próprios países. As redes de tráfico, o aproveitamento de quem está necessitado, revelam um lado triste da humanidade.
No Festival de Cinema de Veneza, onde o italiano Matteo Garrone recebeu o Leão de Prata pela realização e Seydou Sarr o Prémio Marcello Mastroianni enquanto jovem actor emergente, Eu Capitão foi nomeado para o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro e está também nomeado para o Óscar na mesma categoria.
O argumento é da responsabilidade de Garrone, Massimo Ceccherini, Massimo Gaudioso e Andrea Tagliaferri. Um filme que Inverte o olhar a partir do qual se encara a chamada “crise dos refugiados”.