Em busca do silêncio perdido
É uma parábola que vem nos livros antigos. Nesses tempos esquecidos, os monges tinham por hábito construir os seus conventos nos ermos afastados do barulho do mundo.
Missionários do Espírito Santo em Portugal
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por Adélio Torres Neiva
O P. Adélio Torres Neiva (1932-2010), da Academia Portuguesa de História, foi um perito em Missão e um nato contador de histórias. Para tudo é preciso ter jeito e o P. Torres Neiva era um especialista na arte de dizer coisas muito sérias pondo toda a gente a rir.
O Papa Francisco, na ‘Alegria do Evangelho’, desafia os pastores a fazer homilias profundas e cativantes. E até faz humor quando diz: ‘sabemos que os fiéis lhe dão muita importância; e, muitas vezes, também eles como os próprios ministros ordenados sofrem: uns a ouvir e outros a pregar’ (EG, nº 135)!. O Papa sugere: ‘um dos esforços mais necessários é aprender a usar imagens na pregação, isto é, falar por imagens (…)’. Uma boa homilia, como me dizia um antigo professor, deve conter ‘uma ideia, um sentimento, uma imagem’ (EG nº 157). Devo concluir que já há muito fazia assim o autor destas parábolas!
Os cristãos têm a obrigação de anunciar o Evangelho, isto é, uma ‘boa notícia’ e as boas notícias dão-se com sorrisos rasgados! Nunca esqueço a primeira ida do Papa a Assis quando, no encontro com Irmãs Clarissas em festa, lhes disse que queria que os Consagrados tivessem sorrisos no rosto, mas nunca sorrisos de ‘hospedeiras de bordo’! Todos sabemos que este é sempre um sorriso profissional, exigido pelo seu trabalho, mas não brota do fundo do coração, muitas vezes não traduz o estado de alma da pessoa que nos serve dentro de um avião.
Tudo isto a propósito desta colectânea de Parábolas que o P. Torres Neiva contou vezes sem fim em homilias, conferências e encontros. Mas também escreveu, reescreveu, traduziu, publicando na Vida Consagrada, na Acção Missionária, no Encontro, revistas e jornais onde muita gente ia à procura da sua colaboração permanente e provocadora. É verdade que, ao longo de muitos anos, alegrou corações, contagiou multidões com as suas sonoras gargalhadas, questionou e mobilizou com a sua alegria de viver e de ser Missionário.
O Jubileu dos 150 anos da chegada dos Espiritanos a Portugal (1867-2017) é o pretexto para a compilação destas Parábolas, dispersas por aí. Se há razões para fazer festa, façamo-la também com quem fez da vida um grito de felicidade, mesmo que nos tenha deixado de mansinho, como criança que sai do seu quartinho e vai deitar-se com os pais sem que ninguém dê conta! Assim partiu ele para a Casa do Pai, naquele domingo 10 de Janeiro de 2010.
Deixou-nos uma herança competente e feliz, na sua vida e nas suas obras. Escreveu centenas de artigos e vários livros nas áreas da Teologia, da Missão e da História. Publicar algumas das suas Parábolas é um acto de gratidão e sinal de uma convicção profunda de que a felicidade é sempre possível quando se toma a sério as boas notícias gravadas nas páginas dos Evangelhos.
P. Tony Neves, Prefácio
É uma parábola que vem nos livros antigos. Nesses tempos esquecidos, os monges tinham por hábito construir os seus conventos nos ermos afastados do barulho do mundo.
S. Paio de Antas, em Esposende uniu-se para prestar homenagem ao conterrâneo P. Adélio Torres Neiva. Sete anos depois da morte deste missionário e historiador, a Paróquia convocou o povo para um fim de semana…