No âmbito da preparação do Jubileu de 2025, que nos convida a reavivar a nossa esperança, abriu, na Praça de S. Pedro, em Roma, uma maravilhosa exposição de presépios do mundo inteiro. Numa introdução a esta exposição, Rino Fisichela, Pro-Prefeito do Dicastério para a Evangelização dos Povos, recorda S. Francisco de Assis e o seu presépio vivo, com figuras humanas, acrescentando que a novidade não está propriamente na representação da natividade (essa sempre existiu), mas no envolvimento de pessoas vivas, recordando que no Natal se trata de gente viva, acolhendo a vida de Deus. Fisichela, falando ainda do presépio, remete-nos para a força dos sinais de que ele é portador, sendo que “o primeiro sinal é o da precariedade. Deus nasce onde há poucas pessoas – Maria, José e alguns pastores – ou seja, onde há o essencial”. É a esse essencial que pretendemos voltar, cada vez que celebramos o Natal.
Como Família Espiritana em Portugal, os próximos meses serão marcados por um exercício de esperança: a preparação do capítulo provincial é isso mesmo, um exercício de focagem no essencial, que dá sentido ao nosso tempo e nos abre à construção do futuro e à hospitalidade do eterno na precariedade da história. Lembra ainda Fisichela que tudo no presépio “nos fala de esperança. E nos convida a considerar o nosso presente para construir o futuro”.
É nesse olhar de esperança que, enquanto espiritanos, com S. Francisco, precisamos de assumir o presépio como uma realidade viva, que se torna presente em nós, com toda a força sacramental dos seus sinais; com a exposição de Roma, precisamos acolher a multiplicidade humana e cultural deste presépio – o mesmo Jesus, comunicado de tantos modos e sensibilidades. Com o presépio de Belém, precisamos valorizar as relações essenciais, os rostos concretos que somos chamados a amar e a neles reconhecer a presença de Deus que veio habitar entre nós.
E são muitos esses rostos! O Conselho Geral acaba de nomear 72 espiritanos, na maioria jovens, para diferentes partes do mundo. Em Portugal, receberemos dois novos confrades: o Azubike Morah, da Nigéria (nomeado há já algum tempo e ainda à espera de visto) e o Abraham Durán, do México. Acolheremos também três novos leigos associados, que irão fazer, na reciclagem de Natal, o seu compromisso: José Ferraz, Deotilde Saraiva e Cristina Fontes.
Olhando para a realidade do mundo em que vivemos, é compreensível que nos lamentamos de tantas disrupções. Que bom que o Natal, com o seu presépio, nos recorda o essencial e nos repete que vale a pena continuar a investir as nossas vidas na missão de Jesus e a confiar n’Ele, o único Senhor, que nasceu para nós.
A todos e todas, desejo um Santo Natal e um ano 2024 cheio de fé e de fraternidade!