Gratidão por ser nosso “Timoneiro”

Da mensagem do Santo Padre para o dia mundial de oração pelas Vocações

“(…) Navegar pela rota certa não é uma tarefa confiada só aos nossos esforços, nem depende apenas dos percursos que escolhemos fazer. A realização de nós mesmos e dos nossos projetos de vida não é o resultado matemático do que decidimos dentro do nosso «eu» isolado; pelo contrário, trata-se, antes de mais nada, da resposta a uma chamada que nos chega do Alto. É o Senhor que nos indica a margem para onde ir e, ainda antes disso, dá-nos a coragem de subir para o barco; e Ele, ao mesmo tempo que nos chama, faz-Se também nosso timoneiro para nos acompanhar, mostrar a direção, impedir de encalhar nas rochas da indecisão e tornar-nos capazes até de caminhar sobre as águas tumultuosas.

Toda a vocação nasce daquele olhar amoroso com que o Senhor veio ao nosso encontro, talvez mesmo quando o nosso barco estava à mercê  da tempestade. «Mais do que uma escolha nossa, a vocação é resposta a uma chamada gratuita do Senhor»; por isso conseguiremos descobri-la e abraçá-la, quando o nosso coração se abrir à gratidão e souber reconhecer a passagem de Deus pela nossa vida”.

Rezar com o Salmo

Senhor Deus, sinto uma vontade estranha, talvez de rezar, *
mas nem sei como fazê-lo, não sei que dizer,
nem sequer por quê ou a quem rezar.
Preciso tanto de descobrir a nascente*
que dá origem ao rio do meu ser,
o caudal que alimenta o mar da minha história.

Disseram-me que Tu és um Pai amoroso,*
que buscas sem descanso os teus filhos
que vagueiam nas praias desertas,*
porque perderam a bússola e não vislumbram o caminho.

Talvez eu seja um desses:*
passivamente contente com a vida que não me pede demais,
ancorado em sonhos de bem-estar e felicidade,*
desiludido, por vezes, com os dias e noites sempre iguais.

Tenho a sensação de morar na praia da monotonia,*
paralisado por horizontes demasiado curtos,
fascinado por sereias que me confundem os sentimentos,*
anestesiado por brisas quentes que dão sono e moleza.

Acende-me o farol que me indique o caminho;*
faz-me ouvir a ronca que oriente os meus passos;
mostra-me a beleza do Teu barco… *
na Tua praia… do Teu mar,
pois aí eu sei que és o nosso “Timoneiro”.