Habituámo-nos a esta expressão em língua inglesa. Após a sua proclamação solene, vêm os nomes. Sim, na atribuição de galardões, medalhas, globos ou bolas de ouro, primeiro ouvimos: ‘e o vencedor é…’, há uma pausa de grande silêncio, ouve-se um nome…e a festa acontece! Ora, assim aconteceu no Panamá. Não com muita surpresa, porque já todos o sabíamos, graças a uma fuga de informação. Mas foi muito bom ouvir o Papa Francisco a proclamar, perante tantas centenas de milhares de jovens, que Lisboa foi o local escolhido para acolher as Jornadas Mundiais da Juventude em 2022. E houve festa, com muitas palmas e bandeiras portuguesas a acenar.
Ganhamos no Panamá, não uma medalha olímpica mas uma enorme responsabilidade. É verdade que fizemos por isso, mas a escolha de Lisboa vai dar-nos uma grande dor de cabeça! Claro que Portugal assume esta nomeação como uma Missão e, desta forma, tudo se vai simplificar, porque ninguém vai trabalhar sozinho nem por conta própria. Esperamos todos muita inspiração do Espírito e muito espírito de grupo.
Já vão longe os tempos em que no Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, a que pertenci largos anos, se começou a falar desta possibilidade. O relógio não parou e as hipóteses pareciam ser cada vez mais remotas, dada a dimensão do nosso país, em comparação com os países e cidades que acolheram as últimas edições. Desde que eu iniciei funções de coordenador nacional dos Jovens Sem Fronteiras, realizaram-se JMJ em França (1997), na Itália, no Canadá, na Alemanha, na Austrália, em Espanha, no Brasil, na Polónia e, agora, no Panamá. O papa João Paulo II foi quem teve a intuição e as JMJ foram ganhando na Igreja e no mundo direito de cidadania. A Igreja, desde há muito, tomou mais ou menos a sério a convicção do Papa polaco: ‘A Igreja só será jovem quando os jovens foram Igreja!’. Acho que não há muito para discutir… é óbvio!
E agora? Mãos à obra! Só de mãos dadas (a trabalhar em equipa) e de mãos juntas (a rezar, confiando na inspiração de Espírito) podemos levar esta barca a bom porto. E vamos chegar lá! Todos somos poucos para que este projecto ganhe forma e ganhe vida. A Mãe de Fátima já foi ao Panamá e também vai apoiar quando ‘jogarmos em casa’. Organizar as JMJ em Portugal e acolher tantos milhares de jovens vai virar-nos do avesso, obrigar-nos a tirar as mãos dos bolsos e a abrir portas. Estou mais que convencido (e para tal basta que avalie o quanto ganhei nas JMJ em que participei!) de que, em 2022, Portugal, a Igreja e os jovens vão ficar todos muito mais ricos.
Feliz providência (alguns chamarão a isto ‘coincidência’) é o facto desta decisão ser tomada e publicada quando Portugal vive, com intensidade, um Ano Missionário. Se há Missão urgente hoje em Portugal é a do Planeta Jovem. A longa preparação que as JMJ exigem vai reconfigurar o Portugal católico e acolhedor. Acredito que muitas famílias, mesmo não católicas (como aconteceu com as comunidades islâmicas e judaicas no Panamá) vão acolher e apoiar este grande evento.
2022 começa hoje…e tem mesmo que começar hoje porque, como canta Pedro Abrunhosa, ‘amanhã é sempre tarde demais’!