Espiritanos na Guarda
A ideia do P. Moysés Alves de Pinho de fundar uma comunidade espiritana na Guarda é já de 1919, logo na refundação da Província Espiritana de Portugal após os conturbados anos da implantação da República. Essa também era a vontade do Bispo D. José Mattoso que, em 1919, escreveu ao Superior Geral da Congregação a pedir uma Comunidade Espiritana na Guarda – e propunha o Fundão.
Guarda-Gare 1931, Fundão 1978
O P. António Ribeiro Teles acabaria por ir para o Fundão, em 1920, mas apenas para diretor espiritual do Seminário Diocesano, onde residiu.
Surgiu a ideia de construir uma Comunidade em Valmourisco – Sabugal, que não se concretizou.
A 7 de Novembro de 1931 chegaram á Guarda-Gare os primeiros Espiritanos. Logo no ano seguinte, a casa acolheu hóspedes muito ilustres: o Superior Geral (Mons Le Hunsec, Bispo) e o P. Daniel Brottier (um dos dois beatos da Congregação) que viajavam de Paris para Viana do Castelo (de comboio) para a Ordenação Episcopal de D. Moyses Alves de Pinho. A casa comportava, no máximo, 50 alunos.
Em 1941, os alunos começaram a seguir para o recem-construído Seminário de Godim, na Régua, ficando apenas alguns padres para animação vocacional e pastoral (até 1944).
Em 1977, as irmãs Maria Florência e Maria de Lourdes Tavares doam a casa actual da Comunidade Espiritana no Fundão.
D. Policarpo, Bispo da Guarda, autoriza a fundação de uma Comunidade Espiritana no Fundão a 13 de Outubro de 1978, dias depois da chegada dos Padres Carlos Gouveia Leitão (actualmente em Cabo Verde), o P. António Braz e o irmão João Redentor (5 setembro). Ajudam os párocos vizinhos e fazem animação missionária, com a LIAM. A Casa esteve sem missionários entre 1991 e 1997. Neste momento, estão a viver aqui no Fundão os Padres Francisco Fernandes Correia e José Martins Salgueiro.
Jubileu no Fundão, 2017
A celebração do Jubileu dos 150 anos da chegada dos Espiritanos a Portugal mereceu o desafio de D. Manuel Felício para que a Diocese da Guarda não ficasse de fora. Dali partiram 117 Espiritanos para a Missão, dos quais 8 ainda vivem, estando um nas periferias do Rio de Janeiro, outro na Amazónia e outro em Cabo Verde.
O local e a data foram apontados pelo Bispo: 21 de Maio na Matriz do Fundão, para celebrar também os 40 anos da fundação da Comunidade Espiritana que ali vive e trabalha.
As Eucaristias de sábado à tarde e domingo de manhã foram presididas pelo P. Tony Neves, provincial, que falou da Missão Espiritana ontem e hoje e do contributo da Guarda ao longo deste século e meio, sobretudo após 1931.
A Eucaristia jubilar foi presidida na tarde de domingo por D. Manuel Felício que não se cansou de repetir a importância da Missão para a Igreja e dos Espiritanos para a Guarda, citando a carta dos Bispos ‘Missão Sem Fronteiras’ que evocou os 150 anos da chegada dos Espiritanos a Portugal. A Igreja estava repleta desta boa gente da Cova da Beira, em tempo de boas cerejas. Concelebraram o Pároco, diversos padres diocesanos desta Arciprestado e sete Espiritanos.
O P. Jorge, pároco do Fundão, elogiou a postura sempre disponível dos Espiritanos da comunidade local. O P. Eduardo Ferreira, provincial emérito, contou a história da presença espiritana na Diocese e o P. Tony Neves falou da história sofrida mas fértil da presença e acção missionária dos Espiritanos portugueses, primeiro em Angola, depois em Cabo Verde e, mais tarde, um pouco por todo o mundo.
Dos muitos pedidos apontados ao futuro, ressalta o de uma Semana Missionária que envolva os jovens que celebram o Crisma em Novembro.