O brasão familiar é um símbolo que remonta à Idade Média, identificando famílias nobres e distinção social. Numa época sem registos formais, os brasões eram gravados em pedra, servindo para identificar famílias e marcar o seu estatuto e influência. Assim, podem-se apontar três componentes e sua simbologia:
Escudo: elemento central que apresenta os símbolos da linhagem, como o leão (coragem).
Timbre: situado no topo, geralmente com penas de águia e asas abertas, representando poder e domínio.
Listel: faixa abaixo do escudo com sobrenome ou divisa, identificando a família: «cor unum et anima una» («um só coração e uma só alma».
História
Nesta casa existem três Brasões da família dos ‘Silvas’, todos em granito:
O primeiro brasão situa-se no frontispício da capela (1636), pertence à família Sousa de Arronches e aos Silvas.
O segundo brasão estava colocado sobre o portão do solar, e agora está junto à entrada do Seminário. Datado do século XVIII, pertence aos Alcoforados, Sousas de Arronches e Silvas. É considerado o mais completo, em estilo francês, esquartelado e com animais como o leão (Silvas) e a águia axadrezada (Alcoforado).
O terceiro brasão, antes estava no pátio do solar, agora está no parque de estacionamento. Também do século XVIII, pertence às famílias Araújo e Eça, ligadas a Francisco de Sousa da Silva Alcoforado de Lencastre Araújo e Eça, último morgado da Silva.
Palavra de Deus
«Genealogia de Jesus Cristo, filho de David, filho de Abraão: Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacob…; Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo. […] O nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava desposada com José, antes de coabitarem, notou-se que tinha concebido pelo poder do Espírito Santo… E, sem que antes a tivesse conhecido, ela deu à luz um filho, ao qual ele pôs o nome de Jesus».
(Mateus 1,1-2.16.18.25)
Reflexão
Cada pessoa tem a sua identidade única, singular e irrepetível. Mas também uma identidade familiar e comunitária que passa de geração em geração. O próprio Jesus Cristo teve a sua própria genealogia de pessoas e famílias singulares, para nos dizer que era «verdadeiramente homem», apesar da sua condição divina, «verdadeiramente Deus».
Não és uma ilha isolada, nem um indivíduo sem história. És fruto de uma família que te precedeu no tempo e contigo continua a fazer história. Cada um tem as suas marcas, e está chamado a marcar o seu tempo e o seu espaço existencial. Trata-se de um registo pessoal e único, capaz de perdurar para a eternidade…
Meditação
Qual poderia ser o teu «brasão», o teu emblema pessoal?
O que se assemelha e te diferencia dos demais?
Que frase bíblica se ajusta mais contigo?
Oração
Senhor, meu Deus,
Tu és a minha força e a minha luz.
Faz-me testemunha do Teu amor,
fiel ao Espírito Santo que me guia.
Ilumina e renova a minha vida
e ajuda-me a caminhar com esperança,
ao encontro de Jesus,
Teu Filho e meu Senhor. Amém.