Cor Unum

Cardeal Baptista Re, o decano dos Cardeais evocou, na Missa de Corpo Presente, com simplicidade e profundidade, a vida e a missão deste Papa argentino que percorreu os caminhos do mundo, mas nunca regressou à sua terra natal. O Papa Francisco – em cumprimento ao seu testamento – foi sepultado em S. Maria Maior, a Basílica que ele visitava sempre antes e depois das suas viagens apostólicas, num ato de extrema confiança na Mãe. Também ali foi rezar no sábado 12 de abril, já depois de sair do Hospital Gemelli. A sua devoção a Nossa Senhora é muito antiga e profunda, como ele tanto gostava de repetir.

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Obrigado, Papa Francisco! Do "fim do mundo" até à eternidade, com paragem em Lampedusa e em tantas outras periferias humanas, foste um verdadeiro peregrino da esperança, abrindo as portas da misericórdia divina a todos, e até ao fim. Continua a interceder por nós, todos, todos, todos.

Este ano, no final de Março, o Superior Geral tinha solicitado uma audiência papal para comemorar o 175º aniversário da fusão da nossa Congregação, em 1848, e no dia 3 de Maio tivemos a alegria de receber a notícia de que teria lugar na segunda-feira, 8 de Maio, às 11 horas, na Sala do Consistório. Reunimo-nos no exterior, na Praça de S. Pedro, de frente para a Basílica, junto à fonte do lado direito. Éramos 49 no total: 15 da Casa Geral, 9 confrades que exercem o ministério paroquial em Itália, 13 da comunidade dos confrades que estudam em Notre Dame, 7 confrades visitantes, 2 leigos associados visitantes e 3 pessoas em representação do pessoal da Casa Geral. Fomos conduzidos por uma série de guias, subindo magníficas escadarias, passando por sumptuosos corredores e salas de recepção adornadas com pinturas e esculturas de valor inestimável, saudados por guardas suíços por onde quer que passássemos, até que finalmente fomos conduzidos à sala de audiências onde fomos convidados a sentar-nos e esperar. A meia hora de espera foi eterna, pois aguardávamos ansiosamente o encontro com o Santo Padre. Finalmente, às 11 horas, como previsto, o Papa, com a sua bengala, entrou suavemente na sala. O Papa recebeu-nos, representando os nossos 2600 membros em todo o mundo. Esta foi a terceira vez que uma comunidade espiritana teve uma audiência com o Papa. Um rápido olhar sobre os nossos registos parece indicar que a primeira audiência papal para a Congregação (com o Papa Paulo VI, agora santo desde 14 de Outubro de 2018) foi durante a primeira sessão do Capítulo Geral em 11 de Novembro de 1968 e a segunda audiência papal foi durante o 300º aniversário da fundação da Congregação na segunda-feira, 26 de Maio de 2003 (com o Papa João Paulo II, agora santo desde 30 de Setembro de 2013). Antes desta audiência, o Papa João Paulo II tinha também visitado o Seminário Francês a 11 de Janeiro de 1981. O contraste entre o rico esplendor do que acabávamos de ver e a simplicidade do Papa, na aparência e nos modos, impressionou toda a gente. O Superior Geral leu uma breve alocução em italiano, em nome de toda a Congregação, que o Papa escutou com atenção. O P. Alain ofereceu-lhe dois livros: James Chukwuma Okoye (ed.), CHARISM & MISSION SINCE VATICAN II, Superior's General Letters to the Spiritan Congregation, 1968-2020 e Tony Neves, LUSOFONIAS, DE ROMA PARA O MUNDO, com dedicatória ao Papa Francisco, por tudo. De seguida, o Papa falou-nos do nosso Carisma, da nossa rica história e de como a Providência nos recompensou pela nossa generosa e corajosa docilidade ao Espírito. Depois da sua alocução, o Santo Padre deu a sua bênção apostólica, não só a nós que tivemos o privilégio de estar presentes, mas também, como foi pedido pelo P. Alain Mayama, aos Espiritanos de todo o mundo - professos, associados e todos os nossos fiéis colaboradores. De seguida, o Papa apertou a mão a cada um de nós e veio sentar-se entre nós para uma fotografia de grupo. Por fim, o Papa despediu-se de nós e afastou-se lentamente, como tinha entrado. Era óbvio para todos nós que tínhamos acabado de estar na presença de um homem de imensa sabedoria, coragem e simplicidade.

A la fin du mois de mars 2023, le Supérieur général a demandé une audience pontificale pour commémorer le 175ème anniversaire de la fusion de la Congrégation du Saint-Esprit et la Société du Saint-Cœur de Marie, en 1848. Le 3 mai, nous avons eu le plaisir d’apprendre que l’audience aurait lieu le lundi 8 mai à 11h00, dans la salle du Consistoire. Nous nous sommes rassemblés à l’extérieur, sur la place Saint-Pierre, face à la basilique. Nous étions 49 en tout : 15 membres du Généralat, 9 confrères exerçant un ministère paroissial en Italie, 13 confrères de la communauté des étudiants de la Villa Notre Dame, 7 confrères en visite, 2 laïcs associés et 3 personnes représentant le personnel du Généralat. Nous fûmes d’abord conduits par divers guides, montant de magnifiques escaliers, traversant de somptueux couloirs et des salles de réception ornées de peintures et de sculptures inestimables, salués par des gardes suisses partout où nous allions, jusqu’à ce qu’enfin nous arrivions dans la salle d’audience, où nous avons été chaleureusement invités à nous asseoir et à attendre. La demi-heure d’attente a paru une éternité, car nous étions impatients de rencontrer le Saint-Père. Enfin, à 11 heures, comme prévu, le Pape, muni de sa canne, est entré tranquillement. Le Pape nous a reçus, nous qui représentions nos 2600 membres dans le monde. C’est la troisième fois qu’une communauté spiritaine est reçue en audience par le Pape. Un rapide coup d’œil à nos archives révèle que la première audience pontificale pour la Congrégation (avec le Pape Paul VI, désormais reconnu saint depuis le 14 octobre 2018) a eu lieu pendant la première session du Chapitre général le 11 novembre 1968 et que la deuxième a eu lieu à l’occasion du 300e anniversaire de la fondation de la Congrégation, le lundi 26 mai 2003 (avec le Pape Jean-Paul II, canonisé depuis le 30 septembre 2013). Avant cette audience, le Pape Jean-Paul II avait également visité le Séminaire français le 11 janvier 1981. Le contraste entre la richesse et la splendeur de ce que nous venions de voir et la simplicité de l’apparence et des manières du Pape a impressionné tout le monde. Le Supérieur général a lu une courte allocution en italien au nom de toute la Congrégation, que le Pape a écoutée attentivement. Il lui a également offert deux livres : James Chukwuma Okoye (ed.), CHARISM & MISSION SINCE VATICAN II, Superior’s General Letters to the Spiritan Congregation, 1968-2020 et e Tony Neves, LUSOFONIAS, DE ROMA PARA O MUNDO, com dedicatória ao Papa Francisco, por tudo. Le Pape a ensuite évoqué notre charisme, notre riche histoire et la façon dont la Providence nous a récompensés pour notre généreuse et courageuse docilité à l’Esprit. Après son discours, le Saint-Père a donné sa bénédiction apostolique, non seulement à ceux d’entre nous qui ont eu le privilège d’être présents, mais aussi, comme l’a demandé le P. Alain Mayama, aux Spiritains du monde entier - profès, associés et tous nos fidèles collaborateurs. Ensuite, le Pape a serré la main de chacun d’entre nous et est venu s’asseoir parmi nous pour une photo de groupe. Enfin, le Pape nous a fait ses adieux et s’est éloigné doucement comme il était entré. Il était évident pour nous tous que nous venions de rencontrer un homme d’une immense sagesse, d’un grand courage et d’une grande simplicité.

This year, towards the end of March 2023, the Superior General had applied for a papal audience to commemorate the 175th anniversary of the fusion of our Congregation in 1848 and on 3rd May we were delighted to receive the news that it would take place on Monday, 8th May at 11.00 in the Consistory Hall. We assembled outside in St. Peter’s Square, facing the Basilica, at the right hand side fountain. We were 49 in all: 15 from the Generalate, 9 Confreres doing parish ministry in Italy, 13 from the community of Confreres on studies at Notre Dame, 7 visiting Confreres, 2 visiting lay Associates plus 3 persons representing out staff at the Generalate. We were led by a series of guides, up magnificent staircases, through sumptuous corridors and reception halls adorned with priceless paintings and sculptures, saluted by Swiss Guards wherever we went, until finally we were led into the audience hall where we were warmly invited to take seats and wait. The half an hour of waiting was eternal as we anxiously awaited to meet the Holy Father. Finally, at 11:00am, as scheduled the Pope, with his walking stick, gently walked in. The Pope received us, representing our 2600 members worldwide. This would be the third time that a Spiritan community has had an audience with the Pope. A rapid glance at our records seems to indicate that the first Papal audience for the Congregation (with Pope Paul VI, now a saint since 14th October 2018) was during the first session of the General Chapter on 11th November 1968 and the second Papal audience was during the 300th anniversary of the foundation of the Congregation on Monday, 26th May 2003 (with Pope John Paul II, now a saint since 30th September 2013). Prior to this audience Pope John Paul II had also visited the French Seminary on 11th January 1981. The contrast between the rich splendour of what we had just seen and the simplicity of the Pope in appearance and manner impressed everybody . The Superior General read a short address in Italian on behalf of the entire Congregation which the Pope listened to attentively. Alain presented him with two books: James Chukwuma Okoye (ed.), CHARISM & MISSION SINCE VATICAN II, Superiors’ General Letters to the Spiritan Congregation, 1968-2020 and Tony Neves, LUSOFONIAS, DE ROMA PARA O MUNDO, com dedicatória ao Papa Francisco, por tudo. Then the Pope addressed us: about our Charism, our rich history and how Providence has rewarded us because of our generous and courageous docility to the Spirit. After his address the Holy Father gave his apostolic blessing, not just for those of us who were privileged to be there but also, as requested by Alain Mayama, to Spiritans throughout the world - professed, associates and all our faithful collaborators. Then the Pope shook hands with each one of us and then came to sit among us for a group photo. Finally, the Pope bade us farewell and gently walked away as he had walked in. It was obvious to us all that we had just been in the presence of a man of immense wisdom, courage and simplicity.

O Papa Francisco faleceu na segunda-feira de Páscoa, 21 de abril de 2025, aos 88 anos de idade, na sua residência do Vaticano, a Casa Santa Marta. A sua morte foi anunciada oficialmente pelo Cardeal K