Em tempo de Natal tudo parece brilhar. Acontece que há brilhos que não são autênticos e que são muito fugazes. Então, onde está a verdadeira luz que brilha sem qualquer dúvida? Talvez esta pergunta não seja assim tão óbvia para muita da nossa gente. E tudo porque, o Natal, hoje, é tudo menos Natal.
Há uma lição que devemos tirar neste mês natalício. A lição da manjedoura. Aquele espaço onde os animais comem e que serviu de aconchego para o menino Jesus nascer, pois não havia outro lugar onde a sua mãe pudesse dar à luz com mais e melhores condições. E é precisamente neste espaço que nasce a maior lição para a humanidade. A lição da simplicidade e da humildade desde o nascimento. Aqui o Menino Jesus torna-se a criança mais simples e humilde de toda a humanidade. E é, precisamente, nesse curral de animais, que se dá Glória a Deus nos Céus e na Terra por tão grande sinal. A luz que resplandece no seu máximo esplendor. Uma luz que não engana e que, para muitos, viria a ser sinal de contradição.
Nos tempos que correm, precisamos urgentemente de sinais visíveis de simplicidade e humildade. A nossa humanidade tem de cultivar e despertar, nos corações dos homens e mulheres de hoje, este espírito da manjedoura que nos faz viver em pleno a linguagem de Cristo: quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado. Esta é uma linguagem estranha para o nosso quotidiano. É preciso não termos medo de nos tornarmos pequenos como as crianças. De sermos seres sem maldade e sem calculismos nas nossas atitudes e comportamentos. Como seria belo e harmonioso haver este espírito da manjedoura nas nossas famílias, no trabalho, no convívio e na acção missionária que procuramos levar a cabo.
A nossa acção missionária deve partir desta lição da manjedoura. Devemos cultivar nos nossos corações, nos nossos grupos e nas nossas paróquias esta simplicidade e humildade de coração. Quantas guerras, Senhor, entre aqueles que são os seguidores de Jesus Cristo! Quantas quezílias, ciúmes, invejas, maledicência na nossa acção missionária! É com isto que queremos evangelizar os nossos irmãos? Não, seguramente.
Que neste mês natalício, nos deixemos envolver por esta humildade e simplicidade da manjedoura. Não tenhamos medo de sermos os simples e os puros de coração. Só assim haverá Natal.
Feliz Natal a todos vós!